Enquanto alguns reinos árabes nadam em petrodólares, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, recheados de armamentos dos Estados Unidos, muitos países árabes afundam em guerras internas, sem comida e com pouca ajuda internacional, como a Síria, o Iêmem e o Sudão. Ao mesmo tempo, o pequeno Líbano, que mal se recuperou das invasões israelenses, afunda-se numa crise econômica sem precedentes.
Enquanto o mundo se silencia frente às atrocidades praticadas por algumas potências ocidentais e por alguns reinos árabes nos ditos países adjacentes, por outro lado preocupa-se com a guerra na europeia Ucrânia, como se a Rússia fosse uma vilã, e a única do mundo.
As guerras nos países árabes têm financiamento internacional e treinamento pelos serviços de inteligência ocidentais (Estados Unidos e Grã Bretanha e França). Os Estados Unidos e seus alidados invadiram o Iraque contra decisão expressa da ONU e destruíram não apenas um milhão de vidas, mas material filosófico e arqueológico que permitiram conhecer melhor a humanidade. Mesmo diante deste panorama, a mídia hegemônica absolveu os Estados Unidos e considera a Rússia a única vilã do mundo, ao lado da Coreia do Norte e Irã.
O Irã é um país altivo e que no passado não recente, ainda chamado de Pérsia, foi o primeiro império que ultrapassou o domínio sobre um único continente.
O Irã, hoje, mesmo sob embargo dos Estados Unidos e Europa, foi capaz de se desenvolver rapidamente nas áreas aeroespacial e militar e é uma das potências da Ásia.
Enquanto os Estados Unidos armam as ditaduras amigas e Israel, o Irã se desenvolve a contragosto de muitos países ocidentais, impondo um repensar às ações geopolíticas estadunidenses.
Israel invade constantemente o espaço aéreo do Líbano e da Síria, bombardeando pontos que deseja. Ao mesmo tempo, Israel fortalece os laços com os curdos iraquianos, visando enfraquecer o governo central iraquiano. Nem se fale, então, da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, que Israel cercou, prejudicando a sobrevivência dos palestinos.
Com essas ações imperialista e expansionista de Israel, muitos árabes palestinos, libaneses, sírios e iraquianos se uniram ao Irã, que fornece treinamento e armamento aos grupos paramilitares árabes.
Diante do fortalecimento militar do Irã, e para evitar ações que possam colocar em risco a paz interna e o seu potencial econômico, não resta alternativa a Israel senão rever suas ações em relação ao Líbano, Síria e territórios palestinos.
Os falcões israelenses, sedentos por sangue, discriminação e guerras, talvez não tenham percebido que apenas a paz com os seus vizinhos trará a segurança necessária a ponto de minimizar a influência iraniana.
Líbano, Síria e os Territórios Palestinos necessitam de paz e segurança para o desenvolvimento econômico saudável. Por outro lado, a super armada Israel necessita da permanência da paz interna.
A paz não advém de circunstâncias externas, sendo um encontro de ações e ideias e que se vier a se demonstrar saudável a todos os países envolvidos, será a força que os unirá e perdurará.
A suposta paz advinda de guerras é temporária. Elas (guerras) enfraquecem momentaneamente os supostos inimigos, mas não eternamente. Após certo período poderão advir novas guerras que poderão vir a enfraquecer o então país dominante.
A guerra, além de colocar em risco a vida de cidadãos, não é garantia de vitória eterna e tampouco de paz duradoura.
A história é repleta de exemplos do tipo.