Nessa guerra Rússia-Ucrânia não haverá vencedores!
A Ucrânia vê o seu solo ensanguentado e, mesmo que vença o confronto e volte a ter as suas fronteiras pré 2022, necessitará de uma reconstrução geral! Mas será difícil vencer!
A Rússia canaliza muitos recursos para manter o seu poder bélico na guerra e vive sob tensão. E mesmo que ganhe a guerra, a sua relação com a Europa já não será a mesma de antes e se tornará mais dependente da China. E ainda, se sagrar-se vitoriosa, correrá o risco dos Estados Unidos, através das chamadas revoluções coloridas, em um último e desesperador estágio do império, incentivar o terrorismo e guerras internas que visem o desmembramento do país em várias republiquetas.
Com a guerra a China não sai vencedora nem perdedora, até porque não visa participar direta e indiretamente, mas será capaz de analisar o poderio militar e estratégias militares de cada uma das potências envolvidas, compreendendo melhor os seus rivais econômicos e geopolíticos. Obviamente não interessa à China uma Rússia dividida. A Rússia funciona como uma importante barreira e um importante aliado contra as pretensões imperialistas dos Estados Unidos. Caso a Rússia seja repartida em republiquetas, a China terá um sério problema à frente, tendo que repensar sua estratégia defensiva.
A OTAN, obviamente, se fortalece, mas o mesmo não ocorre com os seus principais membros.
A Europa, com menos gás e petróleo russos, tende a ter uma produção industrial menos significativa, mantendo a inflação em alta e uma crise econômica sempre à vista.
Mas o maior perdedor a médio prazo parece ser os Estados Unidos, já prestes a ser ultrapassado pela China em poderio econômico. Os Estados Unidos canalizam suas energias em fornecer armamentos para a Ucrânia, mas ela dificilmente conseguirá ser uma fonte de lucro para os Estados Unidos, como foi o Iraque. Sem infraestrutura para escoar sua produção de alimentos, a Ucrânia enfrentará uma crise econômica ainda não vista durante a guerra e os Estados Unidos podem perder material bélico e ainda não recuperar todo o dinheiro empregado na Ucrânia. Para um país que economicamente está decadente, isso não é uma boa noticia nem um bom caminho a ser trilhado. Além disso, enquanto os Estados Unidos ficam focados em seus parceiros tradicionais, a China tenta expandir o seu poder de influência para além da Ásia, fortalecendo laços com a África e a América Latina, investindo recursos, aumentando a sua influência geopolítica e o seu poder econômico e garantindo fornecimento de minério, petróleo, gás e alimentos.
A guerra não interessa a ninguém, mas menos ainda aos Estados Unidos, a não ser que eles saibam e calculem algo que ninguém, absolutamente ninguém, seja capaz de imaginar.