Sinto jogar um balde de água fria em suas pretensões ideológicas, mas democracia plena, infelizmente, não existe. E seja aqui no Brasil, na Venezuela ou nos Estados Unidos.
A democracia é um termo que deriva do grego e que significa que o poder vem do povo. Como nem sempre o poder vem do povo, que é o que deveria ocorrer, pode-se afirmar que a democracia é relativa.
A democracia plena existe apenas teoricamente, mas não é impossível a sua implementação, desde que o sistema funcione adequadamente e a cidadania seja plena e garantida constitucionalmete e de fato.
No Brasil não se pode dizer que as pessoas em situação de rua são cidadãos plenos. Também não se pode afirmar isso daqueles que moram nas periferias e estão sujeitos às milícias, aos roubos nos pontos de ônibus e aos furtos de suas residências. Nem a classe média tem cidadania plena.
Além disso, muitos representantes do povo utilizam do poder que lhes foi conferido para conseguir benefícios pessoais, representando mais a si mesmo do que ao povo.
A Democracia é um ideal a ser perseguido, mas ela não é perfeita em nenhum lugar do mundo. Os juristas precisam pensar no aprimoramento do sistema democrático e no fortalecimento da cidadania, caminhos indissolúveis para um país mais justo.
O juiz quando decide motivado por sentimentos pessoais (e não digo por convicções jurídicas consistentes) não está sendo republicano nem assegurando a plena democracia. Os seus interesses estão se sobrepondo, subjugando o poder do povo. E assim a democracia vai sendo enfraquecida, não sendo plena.
A democracia plena somente existirá se houver uma vigilância plena e o povo, de fato, tiver poderes para eleger, fiscalizar e assegurar o exercício de seus direitos. O resto é enrolação de uma mídia e de um sistema viciado em privilégios e frases de efeito que apenas enganam, manipulam e pouco informam.