foto: Hekmat Aboukhater
Mesmo diante de uma guerra que já dura 12 anos, sob fortes sanções econômicas dos Estados Unidos, sob ocupação de parte do seu território por nações estrangeiras, sob bombardeio semanal israelense que desativaram os dois principais aeroportos da nação árabe, com mais de 7 milhões de refugiados, com gravíssima crise de desemprego e desabastecimento, sob horrenda desvalorização da moeda e fortíssima crise econômica, a Síria volta a se reerguer, devagar, muito devagar.
Sírios foram violentados sexualmente
e sofreram as mais horrendas barbáries por grupos terroristas financiados e
treinados por nações ocidentais e do golfo. Militares e civis sírios que
sobrevivem à guerra estão, muitas vezes, mutilados, não apenas mental e
espiritualmente, mas fisicamente.
Ao longo do tempo dessa guerra
insana, muitos sírios se afogaram no mediterrâneo, sob olhares frios de nações
europeias e sírios refugiados foram expulsos de países vizinhos.
Um povo altivo, com bom nível de
ensino e formação cultural, hoje se submete a sobreviver com rações subsidiadas
pelo governo e racionamento de energia elétrica limitada a 4 horas diárias,
enquanto vê os estadunidenses apoderarem-se de seus recursos naturais na parte
oriental do país, próxima do Iraque. Petróleo e trigo sírios são apropriados
pelas forças militares dos Estados Unidos. Até a educação on line sofre
bloqueio de plataformas dos Estados Unidos ao localizarem o IP de origem síria.
O sírio de hoje está condenado a enfrentar atos heroicos para conseguir estudar
e aprofundar-se em seus estudos.
O sírio que pretender voltar ao país
terá que passar por aeroportos de países vizinhos, em especial o do Líbano e
enfrentar toda a série de grosserias e desconfianças.
O povo sírio, que passou sob
dominações de inúmeros outros povos e Nações, resiste resiliente e vê o seu
país tentar voltar à normalidade, e muito se deve a alguns países irmãos.
A Síria foi readmitida na liga árabe,
reatou pequenos e importantes laços diplomáticos e políticos com a Turquia,
graças à Rússia, e recebe importantes doações de ônibus da China.
Enquanto a Rússia e o Irã atuaram militarmente
em defesa do governo sírio, a China fez grandes doações em prol do país e do
povo, em razão dos laços milenares das duas nações.
Muitos sírios voltaram a frequentar
shows e apresentações culturais e religiosas.
Como diz o jornalista sírio-americano Hekmat Aboukhater, “o povo da Síria
parece ter entendido que seu país é uma peça em um jogo jogado por nações
poderosas. E reconhecem claramente que este jogo só se ganha com uma visão
de futuro”.
Leia a aprofundada matéria de Hekmat
Aboukhater para o The Grayzone no link: https://thegrayzone.com/2023/05/16/syrians-survive-americas-economic-siege/