Sou um ser extremamente poético.
Mesmo com a minha criticidade aguda, não deixo de ser terno.
Mas o que é um ser poético?
Minha formação é poética, onde os órgãos do meu corpo interagem-se por meio da
mais melódica rima.
Minha crença é poética e creio em um Deus que seja, acima de tudo, pura
poesia.
Meu pensamento, assim como a poesia, adoça o amargor da realidade que
assola a minha alma e o mundo.
O sangue que corre em minha veia, como não poderia deixar de ser, tem
nome de poesia. É hematopoético.
Sou, assim, poesia em forma, ritmo e essência.
Lembre-se que a poesia não precisa ser normal ou insossa, mas voraz e doce.
Assim como a poesia, não deixo de ser crítico, ainda que suave e repleto de ternura.
Como todo humano médio, não sou absolutamente terno ou doce. Tenho lá o meu lado acelerado e bruto, frágil e forte, um tanto doce, mas também ácido, azedo e amargo.
Sou inconstante e multifacetado, assim como a poesia que instiga, sem ser previsível ou enfadonha.