Quando adolescente tinha dificuldade em acreditar na existência do mal em essência. Imaginava que o bem praticado de forma egoísta fosse o que as pessoas definem como mal.
Sem me aprofundar no que seria exatamente o mal, hoje o vejo se ampliando na sociedade moderna.
São inúmeros os males. Mais do que o desconhecimento, a mentira, a falta de sensibilidade, o egoísmo em todos os seus aspectos, e a desconsideração pela empatia, que tanto têm prejudicado a elevação moral das pessoas e da sociedade, vejo o desvio da pregação religiosa como o mal mais perverso e perigoso e aquele que deve ser combatido com todas as forças.
As pessoas, por amor incondicional ao Criador, por amor à natureza que as rodeia ou por qualquer outro motivo, se apegam a religiões em busca do conhecimento da Espiritualidade. Embora não sejam apenas as religiões que permitam se aprofundar na Espiritualidade, elas serviram de amparo moral às pessoas ao longo dos séculos.
Hoje, no entanto, muitas das religiões ditas Cristãs deixaram a essência das palavras de Cristo de lado para dar ênfase àquilo que tem sido capaz de agregar novos fiéis numa sociedade hedonista, as palavras que "definem" quem são os seres escolhidos, supostamente superiores aos demais. Para ser o escolhido por essas religiões se faz necessário contribuir com elevados dízimos, e se dizer (e não necessariamente ser) aquilo que era adequado moralmente nos primórdios da humanidade. Essas Igrejas querem fieis enlouquecidos pela força moral aparente, pela pregação vazia, pouco importando a essência de cada um. O amor e a elevação moral são esquecidos ou desprezados pelos religiosos mais preocupados com o dinheiro e o poder pessoal do que o com o Criador ou a Criatura.
Essas ditas novas religiões, não ligam os fieis a Cristo ou a Deus. Ao contrário, têm ligado uma massa de pessoas à crença da discriminação e do ódio. Odeiam e discriminam tudo o que julgam ser diferente, sejam as religiões de Matriz Africana, seja uma postura sexual libertária, seja até as ações de compaixão... Essas pseudo religiões estão mais próximas do anti-Cristo do que propriamente a Cristo. Não acolhem e não amam. Ao contrário, discriminam e fomentam o ódio.
Talvez não seja por outro motivo, ainda que a questão econômica tenha relevância, que a extrema direita esteja crescendo pelo mundo ocidental. Aonde essas falsas Igrejas se fixam, a extrema direita avança, e com ela o discurso de ódio e o risco de guerras.
O discurso de ódio, mais do que por uma rede extremista, avança na sociedade por conta de falsas religiões, que não pregam o acolhimento e que não disseminam o Amor. Como sempre, o fiel é manipulado por seu profundo desconhecimento ou ignorância.
Essas falsas religiões são o maior mal justamente por não propiciarem a elevação moral (no sentido bíblico, e não social) dos Espíritos e por, ao contrário, fazê-los permanecer nas trevas, disseminando ódio e afastando-os do ensinamento de Cristo.
Para os que almejam o bem, essas falsas religiões e os pregadores das trevas travestidos de pastores ou padres são a maior arma das Forças do mal. Elas utilizam um importante mecanismo que serviu de elevação Espiritual por séculos para, enganando muitos dos fiéis, promover justamente o contrário. Desta forma, o mal tem tido êxito em implodir qualquer aproximação da humanidade de sua verdadeira elevação Espiritual.
E os pensamentos discriminadores e pouco preocupados com o amor têm se dissiminado, inclusive, nas religiões ditas tradicionais. O ódio avança com base nas falsas religiões ou na falsa fé disseminada pelos pregadores que agem em prol de seus interesses mesquinhos de riqueza e poder.
Quando adolescente, podia não acreditar no mal como essência, mas hoje o vejo crescendo e tomando forma. O mal avança sob os olhares incrédulos de uma sociedade que alcançou um respeitável avanço tecnológico e uma pseudo liberdade aos Espíritos. O mal avança e destroi cada um dos avanços humanos, provocando rachaduras no alicerce da verdadeira Espiritualidade e induzindo à descrença na ciência, aquela que nos tem proprocionado avanços humanos e científicos.
Aqueles que ainda amam a humanidade como essência não podem se calar. O mal, seja interpretado da forma como se quiser, tem avançado para destruir não só os avanços sociais, tecnológicos e Espirituais, mas o cerne da razão da existência humana.