Hoje é o dia internacional das mulheres, nossas mães, nossas irmãs, nossas namoradas, nossas esposas. Em um mundo tão repleto de guerras, as mulheres são imprescindíveis para levar razão ao mundo do poder desvairado de muitos dos homens que governam os países mais ricos.
Mas vamos ao tema de hoje, que é o risco da ampliação do leque de países fornecedores de armamentos a um dos lados na guerra da Ucrânia.
A guerra da Ucrânia não é da Rússia contra a Ucrânia. Vai bem além disso. É da OTAN contra a Rússia. E a OTAN reúne os países ocidentais mais ricos e poderosos, como Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Reino Unido, França. Estados Unidos. Além disso, muitos dos países integrantes da OTAN estão fornecendo armamento e dinheiro à Ucrânia. A Rússia acusa os Estados Unidos e Reino Unido de darem treinamento militar e de passarem informações de inteligência aos Ucranianos. A guerra, portanto, ao que consta, nunca foi entre dois países, Ucrânia e Rússia.
Os Estados Unidos e alguns membros da OTAN, em especial a Alemanha, estão compelindo outros países a fornecerem armamentos aos Ucranianos. O Brasil foi assediado e resistiu à pressão, optando pela neutralidade. Mas Israel está cedendo à pressão e pode repassar armamentos aos ucranianos.
E se Israel entrar nessa guerra, o panorama do Oriente Médio se alterará profundamente e o risco de um real conflito mundial se multiplicará.
Hoje, a Rússia que cuida de grande parte do espaço aéreo sírio, não vê Israel como inimigo, e não reage às inúmeras provocações desse país em relação a áreas estratégicas para o governo Assad e para forças ligadas ao Irã, que estariam baseadas na Síria. Os laços de cordialidade entre as duas forças, Rússia e Israel, podem assim ser rompidas facilmente com a participação de Israel na guerra da Ucrânia.
Mais. Entre OTAN e Rússia, o Irã não tem dúvida em optar pelo sua parceira econômica, muito embora o Irã negue ter qualquer envolvimento no conflito, afirmando que não enviou drones avançados para a Rússia.
Alguns países árabes também tentam não entrar no conflito e fortalecem suas relações comerciais com a Rússia, como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, arqui-inimigos do Irã.
O que os Estados Unidos e Alemanha estão a fazer é provocar um alinhamento político entre um grande grupo, pretendendo isolar a Rússia.
A China, grande potência econômica , percebeu o risco que a Rússia está correndo de enfraquecimento econômico e, em decorrência dos poucos recursos, do próprio enfraquecimento militar, e não pode correr o risco de ficar isolada frente ao poderio militar dos Estados Unidos e seus aliados.
Nesse contexto, Brasil, Índia e China, também membros dos BRICSs, têm todo interesse em pacificar o conflito, sem tomar lado. Porém, não é o que querem Estados Unidos e aliados.
Os Estados Unidos fomentam não a liberação da Ucrânia, mas um conflito global, generalizado.
A Rússia pode vir a reagir a qualquer ataque de Israel na Síria e com isso o Irã poderá, de fato, colocar forças militares na Síria, dificultando qualquer ataquer ação israelense aos seus interesses na Síria e dificultando o eventual sobrevoo israelense para um ataque ao país persa. Além disso, a China poderá fortalecer seus acordos militares não só com a Rússia e Paquistão, mas com outros países da Ásia e da África.
O conflito, que parece estar longe do fim, está dividindo o mundo. O Brasil, acertadamente, está neutro e opta pela paz. Se terá êxito é outra história. Dependerá de sua articulação e dos reais interesses dos demais países mundo afora.