O Brasil tem sido terra de
oportunistas que pouco se interessam com o Brasil a médio e longo prazo.
Mas a política que adotamos
favorece isso. Mas nem sempre foi assim. O Brasil já sonhou com o seu futuro em
determinados momentos da história, mas teve que enfrentar reacionários e uma
grande massa de manobra que não enxerga o futuro, mas apenas a distopia
reinante como se fosse o futuro da humanidade.
Hoje predominam as elevadas taxas
de juros que favorecem o sistema financeiro e alguns aplicadores. As indústrias
e o comércio sofrem com esse escasso e caro recurso monetário, e passam a não
investir no seu negócio. O resultado disso é uma redução de empresas, de
empregos, dificuldade de crédito e aumento de preços, justamente o contrário do
que prega o conglomerado financeiro brasileiro.
O dito mercado é que manda na
política econômica e fiscal e pouco se interessa com o crescimento do Brasil.
Não sou contra o capitalismo nem
o sistema financeiro. Apenas acho que eles não podem e não devem ditar as
regras econômicas e fiscais de um país.
Um país é muito mais que quatro
grandes bancos e algumas dezenas de instituições financeiras. Um país é um
povo, interesses econômicos diversos e um rearranjo de forças. E o governo não
deve ceder a nenhum agrupamento de forças, mas ouvir a todos, a fim de
alavancar a economia e o progresso, diminuindo a fome, a miséria e a injustiça
que campeia o Brasil há muito tempo.
Os empresários silenciam-se
frente ao sistema financeiro. O trabalhador emudeceu frente às mudanças
legislativas trabalhistas e previdenciária havidas. O servidor fica atônito
frente aos descalabros de governos. E assim o Brasil caminha. Quem pensa que
ainda manda no país não é uma elite intelectual arrojada, mas um seleto grupo
de investidores, que nada investem no Brasil a médio e longo prazo. O objetivo
deles é imediato. Se o Brasil não der certo, mudam-se para Miami ou algum
paraíso fiscal. O Brasil é apenas uma vaca leiteira, que interessa enquanto
pode fornecer leite para essa nova forma de aristocratas mamar. Para eles, que
tanto ganharam e ganham, os bezerros, leia-se população, pode ser desmamada,
pouco importando a saúde e a vida, e a própria vaca, leia-se Brasil, pode ser
trocada por outro mamífero rentável mundo afora. Nunca se importaram com o
Brasil. Trocam de país facilmente. O povo, no entanto, ficará preso aqui para o
resto de suas vidas.