Muitos falam que o Ciro sai mais fraco nessas eleições. Daí eu pergunto, daonde partem tais afirmações?
Vamos deixar um pouco Ciro de lado e analisar de forma breve o PT e o Bolsonarismo. Sim, falo Bolsonarismo porque o Bolsonaro não tem um partido fixo e muda de sigla partidária a bel prazer.
O bolsonarismo utiliza-se de fake news e de ataques às reputações para construir uma aparente força do seu líder. O petismo, por mais que os petistas odeiem, também faz isso. Ataca a reputação de adversários. Já fez isso com Alckmin e Marina no passado, e hoje o faz de forma assassina, com Ciro, tentando isolá-lo dentro do próprio PDT.
O PDT foi alvo do petismo por anos a fio, desde a década de 1980, quando o Brizola e o PDT lideravam a esquerda brasileira. E Brizola tem história, história de luta nacional e de resistência. Como verdadeiro estadista, chegou a apoiar Lula, a quem chamava de "sapo barbudo", a "esquerda que a direita gosta", e por aí vai, em prol da defesa de pautas sociais e da educação.
Por pouco Brizola não enfrentou Collor no segundo turno em 1989, perdendo para Lula por apenas 0,5%, após uma campanha difamatória do PT.
Há bons políticos no PT, mas não é um partido de Santo e Lula também não é Santo, por mais que a propaganda petista repetidamente tente incutir isso nas pessoas.
O que irá acontecer nessas eleições? Muito provavelmente Lula ganhe já no primeiro turno, o que é bom para a democracia e péssimo para o PT. Porque é péssimo para o PT? Porque o PT estará de salto alto, achando que o povo esqueceu todo os esquemas de corrupção e ainda herdará o caos político, econômico e social deixado por Bolsonaro.
O velho centrão, e não apenas ele, mas siglas partidárias tradicionais já aliadas ou não ao lulopetismo, muito provavelmente tentarão se aproveitar disso no Congresso Nacional e o toma lá dá cá muito provavelmente voltará a se repetir de forma escancarada.
Ao mesmo tempo, a economia neoliberal defendida por Lula dificilmente obterá êxito em um mundo em que a extrema direita ocupa espaço em países das grandes economias mundiais e em um país de terra arrasada.
Caso se mantenham atrelados ao PT, Rede, Psol, PCdoB e PSB, com bons nomes, se afundarão, manchando suas imagens.
Por outro lado, a direita, afundada pelo desastre Bolsonaro, dificilmente conseguirá lançar um nome de peso ou fazer oposição unida e séria. Haverá, sim, os radicais de direita, que gritarão, e só, mas já ridicularizados dificilmente produzirão resultados políticos.
Ciro e o PDT poderão sair mais fortes, desde que façam oposição firme ao governo PT, sempre de acordo com o programa partidário, defendendo mudanças econômicas radicais, a reindustrialização, a valorização da educação de período integral como forma de garantir a efetivação da cidadania e do acesso à igualdade garantida na Constituição Federal, além da firme defesa dos direitos trabalhistas e previdenciários. Cabe ao PDT liderar a esquerda, a oposição e a defesa dos interesses nacionais.
Pode parecer devaneio, mas há a possibilidade de o PDT resgatar a liderança de uma esquerda autêntica, de viés nacionalista, que já fez o Brasil crescer na economia e nas artes, como fizeram Vargas, João Goulart e Brizola, com grandes chances do PDT chegar ao poder em 2026.
A vitória do PT, assim como seria de qualquer sigla partidária democrática, fará bem ao Brasil, pois afastará o bolsonarismo. Mas a condução política do PT, cedendo ao velho toma lá dá, cá, com muito discurso típico de Lula e pouca efetividade no dia a dia das pessoas, muito possivelmente vá desagradar a grande maioria dos brasileiros, sendo uma oportunidade de ouro para o PDT mostrar o que é a esquerda morena (típica brasileira) raiz, o que é visão de Brasil moderno e futurista, o que é nacionalismo e o que é garantir a cidadania e progresso a todos os brasileiros.
Assim, não tenho dúvidas de que Ciro, mesmo torpedeado pelo PT, entrará em 2023 muito maior do que sairá em 2022, em prol de um Brasil maior, mais Justo, mais moderno e mais autêntico.