Os Estados Unidos continuam a provocar potências econômicas e militares adversárias, mas esquece-se de que não tem poder de fogo financeiro para uma guerra prolongada de grande nível.
Os Estados Unidos vêm sofrendo com a diminuição do poder de compra da população, o empobrecimento de grande parte da classe média e o aumento assustador dos miseráveis e de pessoas em situação de rua. E não estamos falando de qualquer país. Estamos falando da maior potência econômica e capitalista do planeta.
Não é por outro motivo que nas últimas guerras, desde foram tornados públicos os altíssimos custos da guerra do Iraque, os Estados Unidos agiram por procuração, utilizando-se de ações de seu serviço de inteligência ou de grupos que armou e outras nações treinaram.
Inicialmente, a terceirização se deu com empresas privadas que forneciam os mercenários que lutariam pelo país. Depois, por ser mais barato e envolver outras Nações, os Estados Unidos achou por bem envolver, quase sempre, a sua aliada de primeira hora, a OTAN. Foi assim na Líbia e nos Bálcãs. Os Estados Unidos, mesmo com o erro visível do treinamento e fornecimento de armas pela CIA aos talebans, que lutavam contra a União Soviética, continua a fomentar o treinamento e armamento, per si ou por Nações aliadas, como a Grã Bretanha, de grupos terroristas, como Isis ou Alqaeda, como denunciam grandes mídias ocidentais e asiáticas.
Está difícil os Estados Unidos agirem sozinhos e sem intermediários em qualquer guerra no globo. Na Síria, os Estados Unidos possuem algumas poucas centenas de soldados, mas agem por intermédio direto dos curdos, e ainda se apropriam do petróleo sírio e o exportam ilegalmente, o que, para um país rico e que prega o discurso moralista aos quatro cantos, não soa nada bem.
Foi muito estranho o presidente Joe Biden não impedir a Presidente da Câmara dos representantes (equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil) de realizar uma visita provocativa a Taiwan. Soa muito estranho a um país que tem evitado entrar em guerras diretamente ou sozinho. Tal circunstância, aliada ao que vem acontecendo na Ucrânia (acordo com a Rússia de exportação de produtos agrícolas e retirada de população em algumas províncias), talvez seja um prenúncio de que os Estados Unidos já não tem mais interesse no prolongamento da guerra na Ucrânia e que ela poderá acabar por volta de poucos meses (ou menos). O interesse dos Estados Unidos já teria sido alcançado com poucos meses de guerra, enfraquecimento temporário das economias europeias, em especial da poderosíssima Alemanha e da França. Agora, talvez, a disputa seja direta, ou por meio de intermediários, com a China. Espera-se que não haja nenhuma Ucrânia a ser detonada em prol dos interesses imperialistas de outras nações. Talvez os políticos de Taiwan saibam agir em prol dos seus próprios interesses e da população chinesa que é abrigada na ilha.