sábado, 30 de outubro de 2021

REFLEXÕES DE QUEM SENTE QUE A MORTE SE APROXIMA

Não ouso mais escrever sobre a vida, que parece se despedir, mas da morte, que parece estar cada vez mais próxima a cada dia que vem e que passa.

Doenças, falta de ar, dores, ansiedade. São tantas as sensações que me aproximam desse sentimento de não pertencimento, que já não sou mais capaz de enxergar a vida.


Ódio, intolerância, mentiras. São tantas as atitudes que negam a vida, que, eu que me sinto tão distante do viver, já não me espanto com mais nada. O que o ser humano é capaz de produzir? Desastres, mortes e desapontamentos. E hoje ele se revela, expondo toda a sua maldade e egoísmo que atraem justamente a morte.

Parece que o meu sentimento se confunde com o destino da própria humanidade.

Mas o que é morrer? Desencarnar? Sofrer um apagão?

Haveria lógica em termos uma vida repleta de sofrimentos e depois simplesmente desaparecermos? Qual seria o sentido da vida?

Se pensarmos nas ações humanas, o sentido para a vida seria fazer maldades. Se pensarmos nos sonhos humanos, seria alcançar a felicidade. Se pensarmos que a vida é única, seria ser, de forma a viver com intensidade e verdade. Se acharmos que a vida não tem fim, mas sucessivas etapas, seria um aprendizado. Se acharmos que a vida é apenas matéria, por absoluta falta de sentido, seríamos o erro da criação e o inverso de um ser minimamente inteligente.

A matéria parece ser a distração da alma, para testar o nosso Eu e a nossa verdade mais íntima.

Se as espécies evoluem e se na vida sofremos todo um processo de mutação física, pode-se concluir que a vida não é estática e tem um propósito, mas qual?

Se sonhamos e temos sensações extracorpóreas, por que ainda nos apegamos a um materialismo irracional que só tem feito mal à humanidade?

A mente, que nos traz sensações, pode nos levar a uma viagem no tempo e no espaço? Qual a relação da mente com essa energia que vem de nosso interior?

Por que não somos capazes de compreender que a vida exige energia para movimentar o corpo e ativar o cérebro e que a energia, embora enfraqueça com o passar dos anos, não tem uma parada e um fim, como o corpo que nos reveste?

Se a energia existe, embora enfraqueça, para onde vai o que resta dela quando morremos? Afinal, essa energia se confunde conosco?

O que restará de nós? Consciência, energia, ossos?

De mim restarão dúvidas e certezas. Certeza de que a vida não é só matéria, e que essa distrai a alma do humano desatento. E dúvida para onde vou, caso não desapareça por completo, se é que se vai para algum lugar.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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