Há pelo menos três tipos de linguagem, a verbal, que utiliza as palavras; a não verbal, que utiliza outros tipos de signos; e a mista, que utiliza as duas primeiras, mesclando a linguagem verbal com a não verbal.
Como estamos no momento em que as pessoas gostam de se mostrar para o mundo, seja através das selfies ou das dancinhas, abordarei inicialmente o mundo do visual, que surpreendeu a humanidade com os primeiros desenhos nas pedras, que evoluíram para pinturas. Depois vieram as apresentações teatrais em enormes anfiteatros. Séculos depois, surgiria o cinema, com o audiovisual, que foi revolucionário e massificou a arte. Com ele, os artistas se tornavam mais importantes que generais e até reis e rainhas. Depois veio a televisão, que viciou famílias na telinha. Em seguida, o YouTube e, mais recentemente, o TikTok. Cada um com uma linguagem própria, continua a fazer do audiovisual a maior paixão do ser humano. Nos dias atuais, o cineasta baiano Glauber Rocha entraria em êxtase. Seu ideal de uma ideia na cabeça e uma câmera na mão hoje já é realidade. Cada pessoa, com um celular na mão, que faz o papel de câmara, produz vídeos, com a oportunidade de fazê-lo com uma linguagem diferenciada. Há um número muito grande de produções, a enorme maioria caseira e não profissional, difícil de contabilizar, mas não impossível.
Fazer arte através de uma
dancinha repetitiva, comover com um vídeo sem música ou narração, mostrar
rabiscos, narrar com uma voz diferente ou uma voz empostada, colocar risadas e
caretas, produzir fake News. Escrever abreviando palavras e utilizando emojis. São
várias as formas de produção e de linguagem. Até o YouTube e o TikTok
proporcionam a produção de vídeos com linguagens características, diferenciando
das outras mídias de produção audiovisual.
Nesse mundo sem limites para a
linguagem, as fake News se fortaleceram e alcançam grandes populações.
Que as fake News são culpadas por
muitos dos eventos que levaram ao radicalismo, não há dúvidas, mas não se pode
imputar a elas todo o mal do século.
As versões tendenciosas
apresentadas principalmente por muitas das agências de notícias ocidentais e
também pelos diversos veículos de imprensa, deturpam a realidade e o alcance da
população para a realidade dos fatos. Assim como as fake News manipulam, as
notícias tendenciosas também o fazem.
Hoje, com a liberdade trazida
pela internet e pelas mídias digitais, há a possibilidade da linguagem direta
alcançar um número maior de pessoas, competindo com as manipulações das
notícias tendenciosas (fato originalmente real, mas manipulado) e das fake News
(fato irreal, apresentado como verdadeiro).
Talvez essa liberdade da
linguagem, indo muito além das línguas e do visual como conhecemos até hoje,
nos permita alcançar verdades hoje ainda não compreendidas, como aquela
representada pelo o que se denomina de mediunidade, que traz consigo formas de
linguagem não controversas, restando a controvérsia para a forma de captá-las e até produzi-las. Talvez não esteja longe do dia em que essas formas de captá-las e produzi-las passem a ser incorporados pela sociedade,
ampliando ainda mais o que denominamos de comunicação e até mesmo linguagem. Talvez ocorra nessa Era da Comunicação.