O conflito entre sionistas e palestinos ocorre antes mesmo da criação do Estado de Israel.
No final do Século XIX
organizações sionistas travavam atentados terroristas contra populações
palestinas na região sob controle do então Império Otomano. Muitos palestinos
morriam ou eram obrigados a fugir de suas casas.
Mas o que é o sionismo?
Ele pode ser resumido como movimento político nacionalista surgido ou
aprimorado no final do século XIX na Europa, por Theodor Herzl, e que defende um Estado
judaico na área onde existiu o antigo Reino de Israel, ou seja, que tem
proporções maiores que o próprio Estado de Israel. Daí a colonização da
Palestina e ocupação de territórios do Líbano e da Síria.
O termo sionista deriva
da palavra Sion, que significa elevado em hebraico. À época do Rei David,
Jerusalém e Israel eram chamadas de Sion.
Para os sionistas
religiosos, o movimento sionista primitivo, ao contrário teria surgido já no
século I depois de Cristo, com a expulsão dos judeus do antigo Reino de Israel.
Mas nem todos os
judeus são sionistas. Muitos judeus se opõem ferrenhamente ao movimento
sionista, muitos deles ateus, ortodoxos ou de esquerda.
Há cristãos,
normalmente evangélicos pentecostais e neopentecostais, que defendem o
movimento sionista, sob o argumento de que estaria de acordo com a profecia
bíblica. No entanto, muitos judeus ortodoxos dizem que
a expansão de Israel, e a própria criação do Estado, afronta a bíblia.
Tendenciosamente,
os sionistas dizem que os opositores a esse movimento são antissemitas, ou
seja, que teriam ódio dos judeus. Na verdade isso é uma tentativa de calar a
oposição ao movimento expansionista e colonialista.
Uma coisa é
apreciar a cultura judaica e ter respeito pelo povo judeu. Outra é consentir
com medidas expansionistas e colonizadoras praticadas pelo Estado de Israel.
São coisas muito diferentes. Se fosse adotado o raciocínio sionista, aquele que
critica o governo brasileiro odiaria os brasileiros. Soa como um raciocínio
bastante forçado para evitar críticas às políticas belicistas e expansionistas
do governo de Israel.
Uma coisa é você não aprovar a invasão do Kwait pelo Iraque. Outra é você repudiar a cultura e o povo árabes. Como se vê claramente, são coisas muito diferentes
Calar-se perante o sofrimento do povo palestino é inadmissível, sob qualquer ângulo que se olhe. Foram expulsos de suas terras, estão proibidos de retornar, os que ficaram passam por humilhações e privações diárias e são tratados que nem animais. Não há bom senso ou fé religiosa que justifique isso.