Temos que ser gratos à Ancestralidade pelo conhecimento e também pela nossa vida. Tudo o que sabemos devemos a ela, além da nossa própria existência.
Evidentemente não houve só acertos, e muitos erros foram cometidos e agravados ao longo do tempo. Não podemos nos esquecer de que, para a sobrevivência, inicialmente os grupos eram solidários e se defendiam com unhas e dentes.
Foram os nossos ancestrais que
sobreviveram ao frio, calor e à fome e nos permitiram nascer muitos anos
depois.
Com o passar do tempo e a formação
do que chamamos de sociedades, como se fosse contradição, a religiosidade passou
a servir ao controle social e o individualismo, que se contrapõe ao sentimento
de grupo, foi se fortalecendo cada vez mais.
Nas selvas de pedras, como são
chamadas as grandes cidades que albergam milhões de almas, não impera a
fraternidade inicialmente existente, mas um individualismo que se nota em
vários aspectos, a começar pelos automóveis quase sempre lotados com uma única
pessoa, sempre espaçosa em procura de conforto e realização individual.
O trabalho não visa mais o bem
coletivo e o fortalecimento do grupo, mas o pronto interesse de enriquecimento
imediato ou mais rápido, e a realização individual se resume a isso, acúmulo de
dinheiro.
Os valores foram mudando ao longo
do tempo, e hoje o que prepondera é o sucesso individual, o enriquecimento
individual e a religião que sirva ao indivíduo e o indivíduo não à sociedade,
mas ao seu próprio futuro além vida!
Perdeu-se o respeito pelo humano,
e na sociedade do Século XXI ainda se questiona os direitos humanos.
A sensibilidade, a empatia, a
solidariedade e fraternidade ficam relegadas a algumas religiões. Hoje, o que
importa é o aparecer, fazer sucesso, ganhar dinheiro e ter contatos. O resto
não importa. A Era da Superficialidade não se coaduna com a essência da
humanidade e a verdade. Talvez isso explique o fortalecimento da extrema
direita, apática, fria, insensível e irracional, e a propagação das chamadas “fake
News”, mas talvez sirva para a percepção da gravidade e, assim, nos faça
refletir e buscar a essência da vida.
Com esse esvaziamento das almas e individualismo exacerbado, ocupando espaço até na política, o futuro da humanidade coloca-se em risco. Não há sociedade nem humanidade sem fraternidade.