Muitos defendem a liberdade do povo tibetano, do povo curdo e do povo uigur , mas se esquecem dos sarauís, na África, e dos Palestinos, no Oriente Médio.
O governo chinês constantemente realça a hipocrisia do governo dos Estados Unidos de defender os alegados supostos direitos humanos os uigures, com fins essencialmente geopolíticos contra a China, e esquecer-se do direito de dignidade e de sobrevivência dos palestinos.
Não que os uigures não devam ser respeitados. A questão não é essa. Todos os povos têm direito à dignidade e liberdade. Mas é que as Nações Ocidentais utilizam a suposta preocupação com os direitos humanos apenas e tão somente quando lhes interessa geopoliticamente.
Voltemos ao tema central.
Defender a Palestina e o seu direito a se constituir como Nação livre e soberana não é ser contra Israel.
Defender a Palestina é defender a tolerância religiosa em uma Terra sagrada às
Três Grandes Religiões Ocidentais.
Israel já é um Estado constituído
e reconhecido pela ONU que abriga judeus e descendentes e que é uma potência
militar e tecnológica, sendo um parceiro vital dos Estados Unidos em suas ações
no Oriente Médio. Mas a sua pátria é constitucional, umbilical e essencialmente
judia, onde confunde-se Estado e Religião.
Embora palestinos sejam cultural
e etnicamente árabes, eles não são necessariamente muçulmanos. Muitos são ateus
e cristãos, incluindo ortodoxos, católicos e evangélicos.
Assim, um ataque a palestinos é
mais que um ataque ao islamismo ou aos árabes; é um ataque à tolerância
religiosa representada pela própria Palestina, onde Igrejas e Mesquitas são igualmente
sagradas e preservadas.
Com as guerras, muitos cristãos
emigraram para Nações ocidentais, mas há ainda uma grande e significativa comunidade
cristã na Palestina, majoritariamente ortodoxa e católica.
A Palestina tem direito a constituir-se
como Nação livre e soberana não apenas pela multiplicidade e liberdade religiosa
que representa, mas em respeito à história e ao seu povo.
A Palestina, declarada pela ONU
como Nação em uma divisão de território com Israel, vê a sua área original
diminuída dia a dia. Israel, em 1967, invadiu Jerusalém Oriental, a Cisjordânia
e a Faixa de Gaza, liberando essa última, significativamente diminuída em relação ao traçado original, apenas há alguns anos, controlando
ainda a zona marítima. Israel também invadiu áreas do Egito, Líbano e Síria e devolveu
a enorme área do Sinai ao Egito após um acordo de Paz que previa a
desmilitarização da área.
Por mais absurdo que pareça ser,
os Palestinos que nasceram em Israel e os que são das áreas ocupadas
ilegalmente são refugiados em seu próprio território, não tendo direito a um
passaporte, aeroporto e nacionalidade. Sob o domínio de Israel, são submetidos
a humilhações, privações, um verdadeiro apartheid, segundo ONGs israelenses,
palestinas e a Human Rights Watch. Paralelamente, o governo ainda fomenta a criação de assentamentos de colonos israelenses em áreas da Cisjordânia, fragmentando o pouco que resta de área que abriga os palestinos.
Dominado por populistas de
direita, o governo israelense fomenta o ódio aos palestinos para unir
direitistas e extremistas para se manter no poder. É um governo essencialmente intolerante, portanto.
Por outro lado, o termo semita, que na Bíblia corresponderia aos descendentes de Sem, Filho de Noé, representado também pelo Patriarca e Profeta Abraão, diz respeito tanto
a judeus como a árabes, tanto a israelenses como a palestinos. Eles são povos
próximos e de origem semita. Ser antissemita, portanto, é ser contra Israel e a
Palestina livre e soberana.
Defender a Palestina, portanto, nunca foi um ato de rebeldia, mas de Justiça e caráter!