Vivemos a Era da Mentira, onde a aparência
diz uma coisa, mas a essência é outra, seja da alma, seja do físico.
Na Era da Mentira, as notícias
são manipuladas e se desdiz o que foi dito com uma naturalidade incrível. As
fake News, termo estrangeiro usado para definir mentira, são veiculadas por
todos os meios, a todo instante, quase que como uma lavagem cerebral. Na Era da
Mentira, a ditadura é defendida como forma de liberdade. Na Era da Mentira, a
máscara, defesa maior da vida contra qualquer vírus, é vista como cerceamento
da liberdade, como se essa fosse mais importante que a essência da vida. Nessa Era estranha, a sede por dinheiro é defendida como fé e os centros de
arrecadação como Igrejas. Na Era da Mentira, as Igrejas não pregam mais a
solidariedade, a compaixão e o amor, mas a superioridade de alguns indivíduos,
alguns como bons, outros como muito bons, e todos os outros como o mal a ser
combatido. Na Era da Mentira, o que importa é o próprio reflexo e as diferenças
não são suportáveis. Na Era da Mentira o que importa não é o caráter e a
verdade, mas a impressão que pretende que se perpetue. Na Era da mentira, ainda
que se utilize o termo humanidade, o que importa é o indivíduo e não o
coletivo; o ter e o usufruir são os fins a serem atingidos. Os outros são
apenas objeto que servem à manipulação e concretização dos desejos, exagerados
e inescrupulosos, de poucos. A Era da mentira odeia os chineses e sua cultura
milenar, talvez pelos sábios provérbios oriundos da China de que meia mentira continua
a ser mentira e de que uma mentira dura um certo tempo, mas não o tempo todo.
Segundo os chineses, a Era da Mentira passará. Que passe, e logo!
E pensar que antes da Era da
Mentira foi a Era da comunicação que reinava entre os humanos.