A cada dia que passa, a China torna-se um gigante não só na economia, mas também militarmente, e esse é um outro temor dos Estados Unidos.
A sorte para a humanidade
é que, mesmo com maior poder de fogo, a China mantém-se pacífica e não investe
em guerras fora de suas fronteiras. Caso a China realmente lidere o mundo
comercial e militarmente, o restante do Século será de uma paz duradoura.
Como já disse em outro
artigo, toda a história de dominação a que a China esteve submetida, bem como o
seu histórico interesse no comércio mundial, a levam a ser um país da diplomacia
comercial, ao contrário dos Estados Unidos que, desde o seu surgimento, esteve
umbilicalmente ligado a guerras internas e internacionais, e essa cegueira em
provocar guerras permitiu, por outro lado, que a China investisse massivamente
em tecnologia, tanto para fins comerciais, como para a sua própria defesa. Não
se esqueçam de que ela se sentia ameaçada pela invasão e permanência dos
Estados Unidos em países fronteiriços ou relativamente próximos, como Iraque, Afeganistão
e Paquistão, à aliança Estados Unidos com Índia e Japão e a questões da
fronteira marítima.
Os Estados Unidos iniciaram-se
na beligerância na guerra de secessão interna, depois com a guerra contra a
Coroa Espanhola, apropriando-se de territórios na América Latina, Ásia e
Pacífico. Depois, foi com a venda de armas na primeira e na segunda guerras
mundiais, participando apenas após ser agredido. E é assim nos golpes e centenas
de guerras fratricidas provocadas direta e indiretamente, aonde age em seu
próprio benefício geopolítico e também comercial, vendendo armamentos
sofisticados, aonde são testadas muitas de suas armas, e depois reerguendo, com
suas empresas, a infraestrutura do país destruído.
Agora, a China anuncia o lançamento
para este ano de um poderoso bombardeiro furtivo de longo alcance, o Xian H-20.
Assim, a tríade nuclear da China está completa por mar, terra e ar, com
submarinos, mísseis balísticos e bombardeiros nucleares.
O anúncio do poderoso
bombardeiro seria feito em novembro passado em uma feira de armamentos, mas foi
cancelado devido às tensões regionais e também à covid-19. A velocidade com que
a China projetou e lançou o bombardeiro impressiona. Os analistas militares
estadunidenses previam que tal dispositivo entraria em capacidade operacional
apenas a partir de 2028.
Como diz o importante
analista militar dos Estados Unidos, Scott Ritter, em artigo publicado no site
RT, o novo bombardeiro furtivo chinês prova que a revolução tecnológica do
século 21 está centrada na China, e não nos EUA.
Embora alguns
estrategistas sustentem que a China seria incapaz de projetar e lançar tão
rapidamente um armamento desse tipo, o fato é que revistas militares sérias e
os próprios altos militares chineses falam sobre a existência do H-20, que
seria uma versão chinesa do bombardeiro stealth B-2 estadunidense.
Afinal, como
questiona o estrategista Scott Ritter, o bombardeiro seria uma ameaça aos Estados Unidos no
Pacífico não pelo seu poder de alcançar alvos a quase 13 mil quilômetros de
distância, já que teria o mesmo alcance de mísseis chineses que têm maior poder
de destruição, mas pela capacidade de desenvolver, aperfeiçoar e lançar um
projeto militar avançado em reduzido tempo.
A China não apenas
alcançou tecnologicamente os Estados Unidos, mas está apresentando evidências
de que está passando à frente, mesmo tendo um orçamento de defesa três vezes
inferior ao dos Estados Unidos. A grande revolução tecnológica, portanto, segundo
Scott Ritter,
se dará na China já a partir de agora.