terça-feira, 6 de abril de 2021

QUANDO NOS SENTIMOS EM UM DEGRAU SUPERIOR E NA VERDADE ESTAMOS PARALISADOS PELA MEDIOCRIDADE

imagem: Pixabay


O ser humano de alma que pode ser iluminada e generosa, capaz de se doar a um desconhecido, recai muitas vezes a uma mediocridade que envergonha qualquer ser vivente, e isso normalmente ocorre quando se trata de tentar ser superior a outros, seja na luta pelo poder, religioso, econômico ou outro, seja pela sensação de superioridade, religiosa ou de outro cunho.

Nesses momentos vis, o ser humano exala o seu pior e expõe ao mundo uma maldade inimaginável, muitas vezes revestida do que chama ser de cunho religioso, condenando homossexuais, travestis, drogaditos, mulheres abusadas sexualmente, pessoas de outra fé, negros e tantos outros numa supremacia imaginada e inexistente.

Não há ser humano superior, cor superior, religião superior, identidade sexual superior. Somos usuários de um corpo que nos é concedido e com ele nos desenvolvemos com o passar dos tempos, e que temos que devolver, queiramos ou não, chegado um tempo. Não mandamos no nosso destino e temos que trilhar por um caminho aparentemente desconhecido. Quando doentes, temos que nos socorrer a um profissional de saúde, sem escolher a religião, identidade sexual ou outra característica do socorrista. Tememos perder quem amamos e sofremos muitas vezes antecipadamente. Na verdade, não tempo propriedade ou efetivo controle de nada. Nem do nosso corpo. Mas, pequenos, nos julgamos no direito de condenar outros por características diferentes, como se isso nos tornasse melhores. Não. Isso não nos torna melhores. Na verdade, revela o quanto somos piores e o quanto precisamos reviver para ter a sensibilidade de compreender o outro e suas dores, além das nossas próprias. E essa sensação de se ter o direito de julgar se propaga na humanidade, contagiando mentes inseguras que se tornam cruéis.

Temos nossa energia e ela nos acompanhará pela eternidade. Todo o resto é passageiro e passa rapidamente, como uma ventania.

No caminho da vida, na vasta escada que nos eleva ou nos aprisiona, nos deparamos com uma vasta diversidade de pensamentos, comportamentos e atitudes, e suas energias, como o Universo nos evidencia e ensina. O ser humano pode aprender a lidar com as energias tão variadas e vastas ou se prender a conceituar o que é aceitável, ou não, consoante, seus traumas, medos e valores que o aprisionam em pensamentos confusos e falsas percepções e continuarão a aprisiona-lo mesmo depois do desapego da carne.

Não existimos para julgar, embora venhamos a sê-lo. Não fomos feitos para discriminar outrem que, como nós, necessita de aceitação. Quanto mais aceitarmos de coração, mais estaremos integrados ao Universo e ascenderemos. Quanto mais nos julgarmos elevados por critérios próprios, mais permaneceremos presos no degrau cada vez menor, afastando muitos que poderiam nos aceitar e auxiliar.

O mundo existe para aprendermos a viver sem julgamentos. Apenas podemos repreender ações egoísticas que prejudiquem alguém ou um grupo, como forma de amor pelo todo.

Em tempos em que o ser humano valoriza tanto a aparência, o ter e o que julga ser poder, o aprendizado e o desenvolvimento da espiritualidade torna-se mais difícil e cada vez mais necessário.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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