sábado, 3 de abril de 2021

BRASIL DE BOLSONARO: O EXPRESSO DO AMANHÃ?


Quando pus o título com a pergunta "Brasil de Bolsonaro, o expresso do amanhã?", quis sim provocar o leitor. Afinal, o Brasil, com Bolsonaro, seria um trem expresso, indo pra frente? Obviamente, pelos índices sanitários, principalmente da catástrofe nos hospitais superlotados e o número de quase 4 milhares de mortos ao dia só pela Covid-19, e também os de desemprego, inflação, carestia, quebra de empresas, PIB, e de perda de posições internacionais, nos mostram um trem parado, enferrujadíssimo, em que o maquinista só pensa em tirar proveito do que resta dos itens comercializáveis da locomotiva, sem preocupar-se com mais nada. Sim, Bolsonaro está depredando o que resta do Brasil. Será que alguém já não havia percebido isso?

Mas não quis apenas provocar. Aproveitei o título Expresso do Amanhã (Snowpiercer), de um seriado da TNT e da Netflix, para iniciar o texto com a pergunta dúbia, com dois sentidos, um em relação a se o Brasil seria uma locomotiva veloz e a segunda se a série teria alguma semelhança com o Brasil. Como visto, de velocidade o Brasil não tem nada e a série, ao contrário, tem sim muito a ver com Bolsonaro e a forma como ele trata o seu povo (funcionários, segurança e trabalhadores do trem) e o Brasil (trem).

A série que faz sucesso na Netflix, o que não significa dizer que tenha tantas qualidades assim, se baseou no filme homônimo de 2013, onde o que restou da humanidade em um futuro congelante embarcou em um trem imenso criado por um magnata sádico que escraviza os trabalhadores do imenso expresso de 16 quilômetros de extensão em seu próprio benefício e também de uma elite decadente que paga caro para usufruir do conforto proporcionado. O sadismo, a maldade, a perversão, a desconsideração pelas pessoas, o jeito como trata quem é leal e a forma como conduz o trem,  nos revelam um personagem de ficção que tem as mesmas características do nosso atual presidente. E o trem (leia-se Brasil) segue sendo destruído e servindo apenas a ele, magnata. O que lhe interessa é o prazer sádico, sendo inconsequente em suas ações.

Mas, mesmo com inúmeras similitudes de personalidades, o personagem chocante da série se demonstrou muito mais inteligente e mais preocupado, ainda que com pequena parte da população, permitindo que uma pequena parte dos sobreviventes ingressa-se no trem para viver, e sofrer. Já Bolsonaro, com menor capacidade cognitiva, faz toda a população sofrer sem permitir qualquer expectativa. Não enfrentou a pandemia, não traçou plano de ajuda às empresas e apenas sobrevive atacando aqueles administradores que tomam medidas desesperadas para salvar o sistema único de saúde e a população. O seu sonho, assim como do personagem do filme, é usar sua milícia para esmagar a população, como um tirano. Quem o segue, como revela o filme, é tão ou mais insano que o sádico  Wilford, o magnata da série.

A série tem uma história interessante e alguns bons atores, e só. O roteiro não é dos melhores e os efeitos são um tanto primários. Mas o que é revelador é que a arte realmente tem o dom de predizer o futuro, ainda que sob a forma de parábola.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



Postagens populares

__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
NOTÍCIAS, OPINIÕES, ARTIGOS E MEROS ESCRITOS, POR CYRO SAADEH
um blog cheio de prosa e com muitos pingos nos "is"

___________________________________________________________________________________