A humanidade por um fio!
Quando se iniciou o processo de
robotização nas indústrias, houve um sério alarde quanto ao desemprego que seria
aumentado com a substituição do ser humano por máquinas. Isso era no fim dos
anos 70 e início dos anos 80.
De lá para cá a substituição de
homens e mulheres não parou.
As ligações gravadas e a
inteligência artificial são uma rotina nos telefonemas que recebemos e damos a
empresas, bancos e comércio. Até as mensagens de whatsapp utilizam-se de
inteligência artificial. Telefonistas tornaram-se coisas do passado.
Até os aplicativos de celular têm
agendas inteligentes, substituindo a profissão de secretária.
Há diversos mercados em que não
há um único funcionário, a não ser eventual, para reposição. Tudo é controlado
por sistemas leitores de códigos.
Os bancos, antigamente,
necessitavam de inúmeras pessoas para a compensação bancária e conferência de
caixas. Hoje tudo é feito eletronicamente.
Nos pedágios e shoppings nos
deparamos com o sistema sem parar, onde não é exigida uma única pessoa para a
cobrança do período de estacionamento ou de trânsito pela via. Tudo é feito eletronicamente.
Seria natural que o ser humano
passasse a se dedicar mais às atividades de inteligência e criação, seja
artística, cultural, científica e de tecnologia.
Pequenos robôs parecem ser objeto
de diversão, e são, mas também podem ser utilizados para recepcionar pessoas,
limpar casas, prédios e ruas, exercer a vigilância, seja terrestre, com os cães
robôs, seja aérea, com os drones, seja ainda aquática, com os pequenos
submarinos robotizados. A polícia de diversos países já se utiliza de robôs,
com destaque àqueles de quatro patas, chamados de cães robôs. Forças militares
de grandes potências já têm drones sofisticadíssimos, capazes de bombardear com
tanta eficácia quanto um caça, submarinos robôs que navegam a grande
profundidade, fugindo de radares, tanques robôs com equipamentos moderníssimos
e até robôs bípedes ou de quatro patas capazes de enfrentar um combate corpo a
corpo.
Os robôs, se por um lado,
trouxeram um avanço tecnológico, segurança e conforto, por outro não deixam de
representar um sério perigo à humanidade!
Em uma sociedade acostumada ao
sistema de trabalho, onde as pessoas têm que trabalhar para sobreviver, a
diminuição do número de empregos impõe uma remodelagem desse sistema, o que não
ocorreu em nenhum lugar do globo. O máximo que alguns Estados fazem é diminuir
a carga horária, de forma a gerar mais empregos e tempo de lazer. A educação, ainda
que seja tratada seriamente e como prioridade, dificilmente é adaptada aos
tempos modernos.
A sociedade adaptou-se
parcialmente, criando cursos tecnológicos, mas poucos são os países que
desenvolvem a fundo a ciência e a tecnologia. A maioria ainda se dedica a
atividades milenares, como agrícolas, extração de minério e comerciais, como o
Brasil.
Por outro lado, com tantos robôs,
máquinas e inteligência artificial diminuindo a demanda de trabalho, parece ser
natural que os humanos dedicassem mais tempo a atividades de lazer e culturais,
com um grande desenvolvimento da arte, o que não está a ocorrer. A música, os
audiovisuais, as pinturas, as gravuras, a literatura, a historicidade e tantas
outras atividades artísticas e culturais continuam a ser tratadas como coisas "alternativas", salvo as produções que possam ser transformadas em produtos
industriais em países que já a desenvolvem, como ocorre nas indústrias do cinema em Hollywood e Bollywood
e no Brasil com músicas comerciais que virem hits, por exemplo.
Não são só os vírus e as guerras
que são um perigo, mas principalmente o sistema em que vivemos, que simplesmente
não ousa adaptar-se à realidade e à necessidade humana atual, cedendo espaço a um controle pela inteligência artificial e a lucratividade almejada, em detrimento do bem-estar das pessoas
O ser humano, para sobreviver a
essas revoluções tecnológicas, deve se libertar das amarras impostas
socialmente. A sociedade, como um todo, deve repensar seus sistemas e
adaptar-se à realidade já vivenciada.
Se não houver uma mudança
estrutural da sociedade, correremos o risco de aumentarmos a massa de
desempregados e famintos a cada dia que passa, enquanto um pequeno grupo será
detentor de mais conhecimentos tecnológicos, poder e dinheiro. E com máquinas
exercendo atividades de vigilância, segurança e até militar, não é difícil de
imaginar o caos que poderemos vivenciar em algumas décadas.
A verdade é que o capitalismo como
vivemos, de mera produção ou financeiro, não é mais possível. É necessário ser
adaptado aos tempos atuais, sob pena de desabar como o sistema comunista ruiu
na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, conhecida como União
Soviética.
Precisamos olhar para o futuro,
sim, mas pensando no futuro da humanidade, incluindo o ser humano, e não apenas em fatores como tecnologia e rentabilidade. Sociedade alguma sobrevive pacificamente
por muito tempo sem proporcionar o bem-estar de sua população.
Um mundo repleto de famintos que lutam entre si por comida e água, vigiados por robôs programados para prender e matar, é o retrato do futuro de nossa sociedade, caso essa permaneça sem adaptar-se às necessidades humanas, servindo apenas ao desenvolvimento de novas tecnologias e ao fator econômico envolvido.
Nos preocupemos com o humano e o futuro da humanidade! As guerras e os vírus são perigos reais, mas não representam o maior mal a ser enfrentado pela humanidade! O maior perigo vem do próprio homem e da sociedade individualista, e que almeja poder econômico a qualquer custo, que criou.