quinta-feira, 25 de março de 2021

OS BUROCRATAS FARDADOS E A COVID-19


Veja a foto e acompanhe os militares, muitos de boinas vermelhas. Calma, não se trata de um país comunista. Não. Não é Cuba ou Venezuela, mas o Brasil de Bolsonaro no ano de sua posse. Nem a Venezuela militarizada por Chavez tem tantos militares no governo como o Brasil. Nem o militarizado Estado de Israel ou o bélico Estados Unidos têm tanta gente oriunda das Três Forças Armadas em altos postos de comando civil. No Brasil são mais de 4 mil militares, reformados e da ativa, atuando como se civis fossem. 

Feita essa observação sobre a foto, vamos ao tema.

Nos Estados Unidos as Forças Armadas estão ajudando na vacinação, mas e no Brasil?

Está certo que o nosso problema não é a falta de pessoal para vacinar. O problema é falta de vacina, falta de leitos de UTI e de insumos, falta de máscaras adequadas, falta de oxigênio hospitalar e o excesso de mortes.

Já são mais de 300 mil brasileiros mortos. E olha que o governo federal tentou maquiar esse número, evitando, inicialmente, que a imprensa tivesse acesso aos dados corretos no mesmo dia e, agora, sem avisar autoridades sanitárias de outros entes, mudando apenas a "metodologia", talvez para evitar o atingir esse patamar ainda essa semana.

Temos mais brasileiros mortos em um ano de covid-19 do que o total em 500 anos de guerras nos períodos Colonial, Império e Republicano. É lamentável e assustador! Nunca em nossa história tivemos tantos mortos por doenças nem por todas as guerras somadas.

Alguns relatam que o combate à covid-19 equipara-se a uma guerra e as nossas Forças Armadas deveriam auxiliar pontualmente, como já fazem em outros países, seja China ou Estados Unidos, colocando os seus hospitais, ambulâncias e os seus profissionais da área da saúde para colaborar no atendimento aos pacientes da Covid-19; colocando os seus laboratórios para a produção de insumos e medicamentos; colocando os seus engenheiros e seus conhecimentos para a produção de oxigênio hospitalar; e colocando um grande contingente de militares para apoiar os Municípios na informação de medidas preventivas à população ainda tão descuidada. 

Há, inclusive, previsão legal expressa na Lei do SUS (art. 45, § 2º, da Lei Federal 8080/90) de utilização dos serviços de saúde das nossas Três Forças (Marinha, Exército e Aeronáutica). Se em época de paz podemos utilizar tais recursos, imagina-se, então, em uma época tão tenebrosa como a presente, com tantos mortos e com o caos se instalando no nosso sistema de saúde público e privado.

Diminuiu o número de brasileiros que creem nas Forças Armadas. Seria um bom momento para elas darem um bom exemplo ao país, auxiliando efetivamente no combate à pandemia, cedendo seus recursos hospitalares e de pessoal qualificado.

Não é possível que numa crise humanitária, social e econômico que vivenciamos, que poderia se constituir em motivo de concessão de refúgio a brasileiros em outros países, os nossos militares pensem apenas em recursos para as suas Forças ou em contínuo aumento salarial, como se o Brasil fosse uma potência econômica. 

Há que se lembrar que o Brasil caiu da posição de 6ª maior economia do globo para ocupar o 12º lugar. Não bastasse a carestia conferida nos preços de eletricidade, gás, combustíveis, alimentos, produtos os mais diversos, e do aluguel, a inflação crescente, o desemprego batendo recorde e o assustador número de fechamento de comércios e indústrias, as Três Forças terão reservados para si 22% do valor total a ser investido pelo Governo Federal em todas as áreas. Mais. Não bastasse isso, o governo concedeu aumento aos militares, já não fosse suficiente a aposentadoria diferenciadas dos mortais  do funcionalismo ou da iniciativa privada e a previsão de idade reduzida. E esses mesmos militares ainda ocupam milhares de cargos no governo, muitos deles sendo da ativa, recebendo salário e as benesses ilusórias do poder central.

Para que, então, servem as nossas Forças Armadas? Para falar em nacionalismo, mas isso sem a mínima preocupação com as centenas de milhares de brasileiros mortos, sem preocupar-se com as queimadas da nossa Amazônia, do nosso Cerrado e do nosso Pantanal? Tudo isso diz respeito a elementos intrínsecos de nossa brasilidade, o amor por nossa terra e gente, o que deveria ser visto como grande motivo de participação e preocupação das nossas Três Forças. Pelo visto os nossos militares não se preocupam com o povo. Viraram, de vez, burocratas. Era tudo o que o Brasil moderno e justo não precisava.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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