O Brasil está bem próximo
dos 300 mil mortos, uma marca que não é honrosa, que causa vergonha e, mais que
isso, muita tristeza, pois são 300 mil almas que o Brasil perde, sendo que poderia
evitar grande parte dessas mortes.
Quando achamos comum ver
um morador de rua deitado no chão, uma mulher solitária ser assaltada com uma
faca enorme, crianças descalças de pouca idade pedindo dinheiro aos motoristas
que passam pelas ruas, e até o enorme número de mortos pela covid-19, não é o
mundo que mudou, mas sim a sociedade, que se tornou doente, egoísta e incapaz
de se sensibilizar perante a dor alheia.
A culpa pela falta do uso
de máscaras, da aglomeração social, da falta de vagas nas UTIs e do número de mortos
é também do presidente da República, mas não é só dele. Muitos populares, por
sua própria inconsequência e falta de senso de responsabilidade, também têm
culpa.
O Brasil está se expondo.
Estamos vendo as entranhas do nosso país. Estamos vendo a podridão de grande
parte da elite, que só pensa em explorar o país, pouco se importando com o
futuro deste, seja de empresários, comerciantes, influenciadores midiáticos ou
até da elite do serviço público civil e militar.
Um país riquíssimo em que
muitos deram a vida pelo seu progresso, está entregue, de vez, ao saque. Os
preços da luz elétrica, do gás, dos combustíveis, dos celulares, dos computadores,
dos imóveis e até dos alimentos dispararam. A inflação segue em alta seguida.
Os juros sobem. O desemprego e o dólar batem recordes históricos. O povo sente
fome e se sente desamparado. O Brasil está largado e milhares de brasileiros
morrem todos os dias por conta de uma pandemia que já está sob controle em
muitos países.
Mas o que nós, cidadãos
comuns, podemos fazer? Podemos botar uma máscara no rosto do presidente?
Podemos exigir que o Ministério da Saúde compre vacinas para serem entregues o
quanto antes, custe o que custar? Podemos exigir um planejamento que integre
todas as esferas de governo que preveja sites e aplicativos com comércios
dispostos por região, mostras culturais, peças teatrais, shows e cinemas via
internet, onde as pessoas poderão comprar e ver filmes de suas salas
prediletas, beneficiando o comércio local com inteligência, mas o que o grande
mandatário fez? Podemos exigir ações de quem pouco ou quase nada fez em prol do
comércio, da saúde e da vida de brasileiros?
Podemos chorar e sofrer
do que o presidente chama de mimimi, mas também podemos refletir e cobrar por
ação e não por discursos rasos e vagos. O que o presidente fez efetivamente
pelos empresários? Ser contra o lockdown? Isso não é ser favorável ao comércio.
É justificar uma medida demagógica e irresponsável contra os protocolos de
saúde para esconder a sua omissão, pois efetivamente o presidente não fez
absolutamente nada pelos pequenos industriais e comerciantes. Nenhuma ajuda nem
planejamento. Nada. E, ao dar ajuda financeira à população mais pobre, trata
como se fosse uma esmola, com um valor extremamente baixo. Há
irresponsabilidades que beiram o crime e outras que são crimes, mas o que os
poderes estão a fazer?
Mande carta às suas associações,
ao seu sindicato, aos políticos em que votou e cobre medidas. Cobre.
Chega de discursos vazios
e que visam encobrir responsabilidades.
Chega de omissão de políticos
e nossa, pois ao nosso lado estão morrendo milhares de pessoas por dia e
algumas delas podem ser familiares, amigos, vizinhos ou até nós mesmos! Estão destruindo o nosso país e o nosso povo. O que nos restará amanhã?