DA SÉRIE INCONGRUÊNCIAS
INACEITÁVEIS NO PENSAMENTO DA EXTREMA DIREITA
I- DO ÓDIO AO ESTRANGEIRO
Quando a extrema direita diz que
quer preservar o país dos intrusos, ela não está preocupada com a defesa da
cultura e dos valores nacionais, o que se dá por políticas próprias, inclusive
de incentivo, o que é cada vez mais raro no Brasil.
Embora o discurso extremista dê a
impressão de preservação de valores tão caros, como a cultura, na verdade o
extremismo não está nem aí para a cultura e valores próprios em si. O que a
extrema direita deseja com essa fala é apenas não permitir que estrangeiros
pisem em solo nacional. O diferente não é aceito simplesmente por ser
diferente.
O discurso reveste a dureza da
intolerância ao diferente, ao estrangeiro, a outra cor, a outra gastronomia, a
outros costumes e a outra religião. Não é a cultura do país que é a
preocupação, mas o diferente.
A extrema direita adota um modelo
universal de extremismo e não se preocupa com valores culturais próprios e se
impregna de valores e preconceitos de uma ideologia, normalmente
internacionalizados, e que não se confundem com a cultura e valores da nação e do
país.
O mundo sempre conviveu com o
diferente. Foi assim no comércio do mediterrâneo, nas Índias e na China. Foi
assim no império babilônico, persa, grego e árabe. Foi assim no Brasil colônia,
império e república, até hoje.
Embora a globalização nos dê a
falsa impressão de fim das aldeias e dos costumes e valores culturais locais,
na verdade ela torna mais importante a identidade de uma nação.
Não é o estrangeiro que é uma
ameaça à nação, mas a desconsideração e a falta de preservação da cultura
nacional. O perigo é o nacional que adota cegamente uma ideologia internacionalizada, sem sequer conhecer a fundo a cultura nacional, para excluir pessoas.
O estrangeiro agrega um novo
olhar e permite um novo rumo à Nação. A cultura e a identidade nacionais não
mudam, ainda que novos costumes localizados venham a ser aceitos.
O Brasil nunca perdeu sua cultura
e raízes indígenas, ainda que muitos não enxerguem e tenham preconceito com o
povo primitivo dessa terra. A cultura não muda, mas ela pode se perder, se não
for cuidada pelas pessoas e pelo governo. E é com a preservação da cultura que todos deveriam se preocupar.