O ex-presidente Lula, ao menos temporariamente, voltou a ser elegível e, com a sua fala e popularidade, conseguiu fazer o bolsonarismo enxergar a fragilidade crescente do extremismo odioso e que tem afundado o país numa profunda crise educacional, cultural, social, econômica, moral e de autoestima.
Bolsonaro não chegará sequer ao
segundo turno, possivelmente com cerca de 10 a 13% do eleitorado, e será exterminado no plano
nacional, restando pequenos bolsões bolsonaristas, não muito expressivos, em
alguns Estados, com destaque ao Rio de Janeiro, aonde, ainda por alguns anos, ameaçará
chegar ao poder local.
Candidatos ligados à política neoliberal dos anos 80, como o ministro Guedes, têm pouquíssima chance de êxito, considerando-se o
caos social e econômico gerado rapidamente pela diminuição dos direitos
trabalhistas, previdenciários e sociais como um todo.
Lula será um nome forte na
disputa para 2023 e certamente estará no segundo turno, mas quem será o seu provável
oponente? Alguém da centro direita, como Huck, Dória, Mandeta, Moro? Alguém da
esquerda ou centro esquerda, como Boulos ou algum atual governador de destaque do
PSB?
Todos têm potencial, mas enxergo
a candidatura de Ciro Gomes como a mais promissora por diversos motivos.
Primeiro, Ciro sempre manteve a
sua visibilidade e crítica feroz ao governo Bolsonaro, se colocando como um
político a serviço do país, fazendo uma oposição séria e com projeto nacional.
Para sedimentar o seu projeto, lançou um livro sobre o assunto, que inclusive foi
o mais vendido por meses seguidos no site da Amazon.
Segundo, Ciro é um político
pragmático que tem suas preocupações sociais e com a economia, educação e
cultura, como demonstrou ao longo de sua vida pública. O Ceará é um dos Estados
que mais cresceu economicamente nas últimas décadas, que conseguiu se tornar o
maior polo turístico do país e o que tem a melhor educação pública de todo o
país. As bases para isso foram sedimentadas por ele mesmo, Ciro Gomes.
Mas Ciro Gomes não se atém ao que
fez, mas também ao que pode fazer. O seu projeto de país faz o Brasil enxergar
a si mesmo e ocupar o lugar de destaque na economia, com uma reindustrialização
séria e planejada, capaz de desenvolver o campo tecnológico ao lado do fomento
do Estado brasileiro, e de tornar o agronegócio ainda mais moderno e
competitivo, desbancando os Estados Unidos do primeiro lugar em exportações nessa área.
Ciro Gomes, assim como fez
Getúlio Vargas, propõe um choque na política econômica brasileira, para um
crescimento vertiginoso e constante.
Ciro, do PDT, é o herdeiro atual
do maior político da história do Brasil, o trabalhista Getúlio Vargas, que
tornou o Brasil então moderno com o voto das mulheres, a criação da previdência
social, a consolidação dos direitos trabalhistas, a instituição do concurso
público para ingresso no serviço público e o fomento a uma industrialização que
foi capaz de tornar o Brasil a economia mais pulsante e que mais cresceu por
décadas seguidas, de 1930 a 1964, época do trabalhismo, o mesmo trabalhismo do PDT e de Ciro Gomes.
Com o seu passado pessoal e
projeto nacional, o nacionalista Ciro poderá ainda unir o histórico do seu
partido, que reuniu nomes de peso e que participou, ainda que sob outro nome
(antigo PTB de Vargas), da época de ouro da economia brasileira.
Como dito mais acima, os
defensores da política neoliberal desastrosa e de terra arrasada proposta por Guedes terão
pouquíssimas chances de superar os 10% do eleitorado.
Se o Ciro Gomes for exitoso em
expor o seu passado, os seus projetos e o histórico que o liga a Getúlio
Vargas, com planejamento econômico e social sérios, ele será o futuro
presidente do Brasil, capaz de pacificar um país dividido entre o passado, o
presente e o futuro nebuloso.
Também vislumbro uma grande ala de militares nacionalistas, sempre discretos e em silêncio, sair em apoio à candidatura de Ciro Gomes, independentemente dele se
posicionar mais ao centro ou à centro direita ou não. Ciro Gomes, hoje, é o
único dos candidatos que reúne histórico e projeto nacional desenvolvimentista,
com um futuro promissor ao Brasil, que tanto necessita de empregos e de
oportunidades a todos.
Ciro, assim, como dizem os
analistas políticos de plantão, terá condições de ser o aglutinador de grande
parte do centro e da centro direita. Mas, mais que isso, ampliará a sua base já consolidada de
centro esquerda, principalmente da esquerda nacional-desenvolvimentista.
O ressurgimento de Lula no
cenário político certamente fortaleceu o PT e mostrou ao Bolsonarismo a
fragilidade intrínseca do atual presidente, nada carismático, nada estadista e
que nenhuma conquista trouxe ao país, mas que, ao contrário, sedimentou derrotas atuais e de perspectivas, seja de vida, de economia ou de de futuro.
Como a tendência, ao contrário do
que diz a mídia, será a busca pela esquerda e centro esquerda, e não somente centro e
centro direita, Ciro se tornará o provável grande rival de Lula.
Bolsonaro já é um nome sem a expressividade
necessária para as eleições de 2022 e Guedes e sua política neoliberal fracassada
enterraram de vez nomes de políticos ligados a essa política neoliberal,
inclusive o confuso e reacionário Bolsonaro.
Ciro só não será presidente do
Brasil se não quiser ou se errar em sua apresentação ao grande público.
E que os ventos soprados tragam ao Brasil a esperança não só de um futuro, mas de um presente!