Campanha pelas Diretas-Já (pela eleição direta a Presidente da República) em 1984
Escrevo de acordo com a realidade atual. Pode ser que amanhã ou depois de amanhã seja diferente e a esquerda supere a massiva rejeição que existia em 2018 e que tanto o centro como a esquerda tenham sérias condições de ganhar a eleição presidencial já no primeiro turno.
Admiro a inteligência de
Guilherme Boulos, mas divirjo quando ele se refere à necessidade de união apenas
da esquerda. Entendo que o momento exige a união de todos os partidos que
defendam a democracia, sejam de direita, esquerda, centro, centro direita ou
centro esquerda. Considerando-se a ampla rejeição ao Bolsonaro e os sentimentos contrários a alguns candidatos ou siglas partidárias, somente uma ampla união permitirá a garantia de vitória já no
primeiro turno e eleição de um congresso substancialmente democrático e que
permitirá ao futuro presidente comandar o país com segurança, sem riscos
institucionais.
A união de partidos como o PSD,
DEM, PSDB, PV, PSB, Rede, PDT, PCdoB, PT e Psol, além de outros, permitirá alcançar
com uma só voz um amplo leque de eleitores.
Não é momento de dividir, ainda
que haja diferenças substanciais nos campos econômico e social. Por isso é bom
acertar quais partidos ou técnicos ficarão com quais pastas.
Para mim, a candidatura mais
próxima do ideal teria como candidato a presidente Ciro Gomes e Lula como vice.
A relação dos ministérios já deveria ser anunciada. A título de sugestão (como
se o que penso importasse para os políticos), o Ministério poderia ficar assim
dividido: Mauro Filho como Ministro da Economia, Mandeta como Ministro da
Saúde, Boulos como Ministro da Cultura, Marina Silva como Ministra do Meio
Ambiente, Tasso Jereissati como Ministro de Energia, Rodrigo Maia como Ministro
Chefe da Casa Civil, João Campos como Ministro das Cidades, Alexandre Kalil como
Ministro do Comércio e Indústria, Flávio Dino como Ministro da Justiça, Tarso
Genro como Ministro do Planejamento, Manuela D’Avila como Ministra das
Comunicações, Carlos Lupi como Ministro do Trabalho, Kassab como Ministro do
Turismo, Marcelo Freixo como Ministro dos Direitos Humanos, Celso Amorim como
Ministro das Relações Exteriores, Renato Casagrande como Ministro da Defesa e Fernando Henrique Cardoso como Ministro da
Educação. Seria um Ministério de Notáveis e de grande potencial, diferente
daquilo que existe hoje. Obviamente muitos desses ministeriáveis corretamente sairiam
candidatos a cargos eletivos, a fim de angariar votos para as legendas, mas
já assumiriam o compromisso de assumir os Ministérios, se o candidato das
forças democráticas, por eles representado, for eleito Presidente da República.
A divisão é tudo o que o
Bolsonaro quis e ainda quer. Ele se elegeu dividindo a população entre esquerda
e extrema direita.
Sua propaganda anti PT ainda
continua ativa e os partidos progressistas não podem cair na armadilha
bolsonarista.
Somente a união das forças
democráticas garantirá o fortalecimento da democracia e o aniquilamento da
extrema direita, autoritária, retrógada, ineficiente, inescrupulosa e desumana
de uma vez por todas.
É hora dessa união dar um show e
fazer o eleitorado repudiar de vez os erros e as estupidez econômica e social diuturna
do governo Bolsonaro.
A Frente Democrática deve ser
composta por todos os partidos que defendam a liberdade e a democracia. O líder
dessa frente deve ser escolhido livremente pelos pares, de acordo com a
popularidade e a capacidade de liderar as mais diversas correntes do
eleitorado.
A União dará a garantia de vencer
e de governar com tranquilidade.
Não é hora de dividir, mas de
somar e de dar um “tchau, querido!”