Esse atual governo gosta de comemorar a
morte, e é o que significa o 31 de março de 1964.
Com o golpe de 31 de março de
1964 houve torturas e assassinatos de civis e militares em nome do Estado
brasileiro, a ruptura institucional, a morte da democracia e a retirada de um
civil do poder, João Goulart.
Nem todos os militares estiveram
a favor do golpe. Os que se opuseram foram aposentados, cassados ou mortos.
Não há o que se comemorar. Há,
sim, do que se envergonhar. Um Brasil que não respeita a vontade popular, a
Constituição e as leis é um país de poucos, dos que detêm as armas, algo que o
atual presidente deseja reinstalar no país.
Com o golpe de 1964 houve uma
ruptura do nacionalismo industrializador e o Brasil passou a seguir cegamente a
cartilha imperialista dos Estados Unidos. Apenas Geisel, presidente na época da
ditadura, viria a mudar isso com políticas econômicas nacionalistas.
João Goulart era um trabalhista
da Era Vargas, preocupado com a industrialização e crescimento do país, ao
mesmo tempo em que visava diminuir as agruras dos trabalhadores nas cidades e
nos campos. O seu projeto era de engrandecimento do Brasil, o que preocupava os
Estados Unidos, chamando o nosso país de então de China das Américas.
Para quem não sabe, foi graças ao
trabalhismo que o Brasil foi o país que mais cresceu no mundo de 1930 a 1964.
Trabalhismo nacionalista de Vargas, João Goulart, Brizola e Darcy Ribeiro.
Com o golpe, os militares golpistas
tiveram a proeza de enterrar o trabalhismo e o Brasil nunca mais despontou como
uma potência nas artes e na economia. À época do trabalhismo o Brasil tinha o
cinema novo, a bolsa nova e o mundo se encantava com o que o Brasil revelava. O
Brasil tinha uma das melhores redes de televisão do mundo, a Excelsior, e uma
das melhores companhias aéreas do planeta, a PanAir. O Brasil até 1964 dava
certo e Jango seguia com um governo desenvolvimentista, mesmo com as seguidas
tentativas golpistas da UDN e a marcação cerrada da extrema esquerda.
Jango, como era chamado, jamais
foi comunista. Ele era um latifundiário com preocupação social em um país que
sempre teimou em jogar debaixo do tapete qualquer solução efetiva para as
questões sociais, a desigualdade e a miséria.
O trabalhismo como era já não
existe mais, mas há um herdeiro daqueles ideais, o PDT, Partido Democrático
Trabalhista de Ciro Gomes, com projeto desenvolvimentista ao estilo Vargas
atualizado ao nosso tempo.
Se não tivesse havido a ruptura
em 1964, o Brasil poderia ser, facilmente, uma das 5 ou 4 maiores potências do
globo, com educação de qualidade e possivelmente sem injustiça social.
O Brasil seria gigante e não
teria se ajoelhado como o fez em 1964 e teima em fazer desde 2019.
31 de março de 2021 é,
simbolicamente, o renascimento do trabalhismo e o fim do que Bolsonaro,
oportunismo e entreguismo representam.
O povo está a despertar e a se
conscientizar da necessidade de fazer o Brasil maior e mais justo!
O golpe não convence a ninguém. É
apenas um triste e inoportuno golpe de marketing do enfraquecido Bolsonaro.