Queria entender o motivo e a necessidade que tenho de dormir tão pouco, menos de 4 horas diárias, e de produzir tanto. Não paro de trabalhar um instante, sequer!
Tenho o meu trabalho de advogado público que é realmente desgastante, pois exige um raciocínio mental complexo e aprofundado para cada questão apresentada nos processos, mas isso não inibe que ainda tenha um pouco de energia para produzir textos para esse blog e vídeos para o canal VAMOS TV.
Trabalho praticamente 20 horas diárias, ou mais, mesmo nas horas das refeições, onde continuo a pensar, refletir e a escrever sem dar pausa à mente que visivelmente está sobrecarregada, necessitando de relaxamento.
Talvez o verdadeiro motivo de produzir incessantemente seja querer deixar a marca da minha alma em tudo o que produzo, reflexo de um possível medo de já não estar por aqui em um dado momento.
A história é reflexo dessas marcas, marcas das almas de pessoas que por aqui passaram. Quaisquer conquistas também são frutos dessas marcas, assim como as histórias narradas em livros, filmes ou novelas e até em propagandas. Em tudo o que aqui existe construído pela mente humana há a marca de cada alma que ajudou em sua produção, de cada alma que por aqui caminhou.
Em sua complexidade, a vida terrena resulta repleta de marcas de Espíritos que por aqui já não se encontram. Enxergando por uma via poética, o que vivenciamos é fruto da conquista e da história de almas dos antepassados, e nós damos continuidade a essa história, numa sequência que parece eternizar os Espíritos dos que por aqui já estiveram. A história da humanidade talvez seja a marca e a revelação de todo o conjunto de Almas que nenhuma religião conseguiria, por si só, arrebanhar.
Talvez a necessidade que tenho de aprender também resulte nesse trabalho incessante. Produzo para me aperfeiçoar e aprender, para tornar os futuros textos mais claros, os seguintes vídeos mais interessantes e os pareceres que virão mais objetivos e precisos. Aprendo mais a cada dia com o que produzo, assim como cada um de nós com o que edifica. Talvez me aperfeiçoe efetivamente, talvez não. Mas aprendo, ainda que não consiga por em prática tudo o que assimilo com a vida e com a reflexão incessante trazida pelo trabalho mental de questionar o que já foi vivido, produzido e apresentado.
O trabalho incessante significa querer mais, mas não para mim, mas para o que deixarei pelo trabalho, seja ele assim chamado ou não, que na verdade é uma doação da alma, como quase tudo o que fazemos ou deixamos.
Talvez o trabalho seja uma terapia em época de pandemia. Talvez o trabalho, enfim, seja tudo isso: a necessidade de produzir incessantemente para aprender, doar, desgastar-me e relaxar, numa complexidade e contradição tão profundas como é a própria vida em todas as suas possibilidades.