Um estudo publicado hoje no jornal britânico The Guardian revela que a circulação do Oceano Atlântico é a mais fraca em mil anos, o que pode ocasionar condições climáticas mais extremas, seja com tempestades muito fortes, um frio mais intenso ou um calor insuportável com grave seca, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, inclusive com elevação do mar na costa leste estadunidense, aumento de furacões e mudanças sem precedentes em toda a região banhada pelo Oceano Atlântico, afetando a vida marinha e as populações de peixes.
Um dos
sistemas de circulação oceânica do mundo, chamado de AMOC, transporta água
quente de superfície do Golfo do México para o Atlântico Norte, onde esfria e
se torna mais salgada, até afundar ao norte da Islândia. Essa circulação também
é acompanhada de ventos que levam um clima ameno e úmido para muitos países da
Europa Ocidental.
Porém, com o
aquecimento global e as altas emissões de gases do efeito estufa, essa circulação
oceânica está se enfraquecendo.
A corrente de jato,
que ocasionou o frio intenso em toda a Europa, é afetada diretamente pelo
aumento das temperaturas no Ártico. O Ártico com temperatura mais quente
acarreta correntes de jato fracas, o que favoreceu o frio intenso no sul do
continente Europeu e a elevação de temperatura no norte da Europa.
O aquecimento da
região polar também afeta a AMOC, interrompendo o seu fluxo com o despejo de
enormes quantidades de água gélida no sul da Groenlândia.
O clima
está esquentando em todo o mundo e pesquisas dos efeitos do aquecimento global sobre
os países mais ricos é constante, como se percebe.
E no
Brasil? Temos estudos sobre os efeitos sobre a nossa agropecuária, tão
dependente das chuvas e do clima?
E de nossas
grandes cidades, majoritariamente situadas na zona litorânea ou a poucos
quilômetros do mar, mais suscetíveis a inundações e danos ocasionados pelo
maior volume do Oceano Atlântico, com o crescente degelo dos polos? A atividade
de pesca seria afetada? O que poderíamos fazer para evitar esse agravamento?
O fato é
que não fazemos pesquisas e não nos planejamos para o futuro previsível, e isso
poderá por fim a qualquer crescimento brasileiro, tão dependente principalmente
da agropecuária.
Cuidar de nossas matas, rios, lagos, fauna e água doce é uma atitude não apenas inteligente, mas necessária, para nos garantir um mínimo de possibilidade econômica no futuro próximo que promete ser muito mais quente e com menos água!