Ao lado de prisões de crianças, muitas com 6 ou 8 anos de idade, agressões a idosos, destruições de plantações e de casas palestinas, cada vez mais países cedem a pressões para reconhecer Jerusalém como a capital “indivisível” de Israel, detruindo de vez qualquer sonho palestino de independência e dignidade.
A
questão palestina e todo o sofrimento desse povo é esquecido cada vez mais pela
mídia, pelas pessoas e pelos Estados, inclusive árabes.
Em
1947 a ONU determinou a criação de dois Estados naquilo que era a Palestina sob
mandato britânico. Ao mesmo tempo em que grupos terroristas judaicos expulsavam
palestinos, mais e mais judeus europeus chegavam ao território britânico da
Palestina.
A
Palestina, como era chamada a área onde hoje ficam os territórios palestinos e de
Israel, estava sob a ocupação britânica.
Antecipando-se
à decisão da ONU, os judeus declararam a independência do Estado de Israel,
enquanto a Palestina ainda continuava sob a força de ocupação britânica.
Exércitos
de países árabes recém libertos saíram em defesa dos palestinos e Israel saiu
vitorioso e, dia a dia, foi ocupando mais áreas palestinas e de vizinhos árabes.
Hoje,
os palestinos agrupam-se em pequenas áreas não contíguas. Áreas da Cisjordânia,
que deveriam ser integralmente palestinas, estão ocupadas por colonos
israelenses e o que era a Cisjordânia não se comunica com a faixa de Gaza,
ambas drasticamente diminuídas em relação ao Mapa determinado pela ONU.
Os
israelenses, hoje, ocupam áreas palestinas, exercem barreiras e força policial
em toda a Palestina e se julgam no direito de prender crianças, mulheres,
jovens e idosos sem mandado judicial e sem qualquer direito a julgamento e também
o de destruir casas e plantações de palestinos.
Milhões
de palestinos refugiados em países árabes vizinhos e no mundo afora são
proibidos pelos israelenses do direito de retorno. E são proibidos de retornar não
à área reconhecida como Israel, mas à própria Palestina declarada pela ONU.
A Israel determinada pela ONU é uma muito menor
em relação à Israel de hoje, que expandiu-se sobre áreas libanesas, sírias e palestinas.
Graças
a essa pretensão expansionista do Estado de Israel, os sucessivos governos
daquele país têm sido chamados de sionistas, movimento surgido no final do
século XIX e que defendia, desde então, a criação de um Estado para os judeus e
que abrangesse o que julgam pertencer ao antigo Reino de Israel.
O antigo reino de Israel, segundo os sionistas,
vai muito além do mapa determinado pela ONU e muito além da área hoje ocupada
por Israel. As fronteiras desse país, hoje, não têm limites e estudiosos
afirmam sobre o interesse das forças militares israelenses sobre o Líbano como
um todo, parte da Síria e até da Jordânia.
Mas
o mundo se cala perante tamanha desumanidade, e por qual motivo?
Muitos
países árabes voltaram a manter relações diplomáticas com Israel por razões
geopolíticas, como Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos, mais preocupados
com que a violência que exercem sobre minorias não sejam divulgadas no mundo
afora, em especial Marrocos em relação ao povo do Sahara Ocidental e Bahrein em
relação à maioria xiita.
Mas
muitos países também têm cedido a Israel por motivos econômicos, já que esse
país é uma potência nas áreas tecnológica e bélica.
Vêm
diminuindo o número de países que defendem integralmente a causa palestina e daquele
povo. E os palestinos correm o risco de serem abandonados à própria sorte.
Lembre-se
que segundo os cientistas, os palestinos descendem de povos muito antigos de
origem grega que por lá se fixaram milhares de anos atrás. Esses povos estiveram
sob o jugo cananeu, filisteu, árabe, cruzado, turco-otomano, britânico e agora
sob a dominação israelense. Os palestinos se declaram árabes devido à arabização
ocorrida com o tempo e durante toda a sua história estiveram ligados à região
que habitam, muito antes da islamização ocorrida por todo o Oriente Médio. A
sua capital, que seria Jerusalém, hoje está sob ocupação Israelense, que
pleiteia a sua integralidade e o reconhecimento como sua capital.
Os
palestinos, um povo de múltiplas fés que defendeu Jerusalém contra o radicalismo
entre cruzados e islâmicos, hoje está sendo derrotado pela traição de alguns
países árabes, pelo radicalismo sionista e por interesses econômicos de outras
nações.
A
violação aos direitos humanos e humanitários naquela área é crescente, dia a
dia, mas os palestinos não desistem de lutar pacificamente, através de sua
cultura, na manutenção de suas raízes e de uma tolerância que um dia se fará
brotar por todo aquele território, fincando a paz em toda a região, bem como
tornando realidade o direito à sua autodeterminação como povo e Nação.
Numa estranha contradição, os europeus arabizados, que são os atuais palestinos, são perseguidos pelos sionistas europeizados que se declaram judeus.
A questão, portanto, exige acima de tudo compreensão e tolerância em relação a uma questão tão complexa como a que se apresenta.