Que o governo Bolsonaro é um risco ao Brasil, 70% já sabem! É um enorme risco às instituições democráticas, à harmonia dos poderes, ao progresso civilizatório, à ciência, à cultura, à educação, às minorias, a muitas religiões, principalmente às espiritualistas e de matizes africanas, ao Judiciário, ao Legislativo e, principalmente, se espantem, ao Exército, o mesmo que o apoia incondicionalmente.
Bolsonaro é um risco ao Exército e às polícias, federal, civil e militares porque está permitindo o armamento, através de seus decretos recém baixados, com dezenas de armas por habitantes, principalmente caçadores e atiradores (e quem seriam caçadores e atiradores, qual o controle que se tem disso?) sem a necessidade do registro das armas no Exército (o que era até então necessário).
Armar a população arma tanto os que apoiam Bolsonaro quanto os que o odeiam. Arma cidadãos "de bem" (que termo antiquado...) e bandidos. Além de fomentar a agressividade e a falsa sensação de segurança, o armamento descontrolado gera perigo às polícias e ao próprio Exército, já que permitiria que grupos criminosos, como grandes quadrilhas e organizações criminosas, como o são os grupos de tráfico e de milícias, se armassem facilmente, sem dispender grandes recursos para trazer armamentos ilegalmente do exterior.
Não se esqueça de que aos caçadores e atiradores são autorizadas várias armas de grosso calibre.
O que Bolsonaro propõe não é a sensação de segurança individual, que pode se discutir se ocorreria com uma arma ou com o fortalecimento da segurança pública, mas é o armamento descarado de grupos, onde se destacam, como sempre no Brasil, os grupos criminosos.
Com tantas armas e sem controle algum, o risco à segurança pública e às polícias torna-se evidente e cristalino, seja pelo aumento de homicídios e de crimes de sangue, seja pela criminalidade geral, que demandará ações pontuais e também individualizadas que desgastam e consomem os serviços policiais. Isso sem falar no risco ocasionado pelo fortalecimento e treinamento paramilitar de grupos extremistas, algo que já deveria estar sendo acompanhado pela ABIN e pelos serviços de inteligência de nossas Forças Armadas e Polícias, incluindo a Federal.
Mas o perigo gerado por Bolsonaro não para por aí.
O extremismo defendido, aliado ao armamentismo desenfreado sem controle, é um risco também às democracias de nossos vizinhos. Qualquer instabilidade séria no Brasil pode acarretar o contrapeso do surgimento, em cadeia, de governos autoritários pela América Latina, que visariam o controle da população e de cada país desse continente ou, no mínimo, da criação de grupos paramilitares e extremistas altamente armados, como está ocorrendo no Brasil, atualmente.
O descontrole que o governo Bolsonaro provoca, principalmente em questões sensíveis, como Amazônia, mineração ilegal e consequente contaminação de lençóis freáticos e de rios amazônicos, gera alto potencial de risco de intervenção militar estrangeira no país, e não se fala apenas do risco de intervenção dos Estados Unidos ou OTAN, que inclui países Europeus, mas da própria China, já que todos os países representados têm grandes investimentos e interesses no país. Explicarei de forma breve e com certo detalhamento a seguir.
Se à Europa, principalmente à Grã Bretanha e à França, a expansão agrícola do Brasil é um risco econômico, principalmente para os produtores locais daqueles países, para todos os países mencionados, em destaque os que integram a OTAN e os Estados Unidos, a preservação da Amazônia é ato simbólico representativo do combate ao aquecimento global e aos riscos que ele engloba.
Aos Estados Unidos, seja por suas empresas com concessão de exploração, ou por interesses geopolíticos do governo, a qualidade da água potável da região é de alto interesse, o que é ameaçado pela expansão agrícola desenfreada e pela mineração ilegal. Não se pode esquecer de que água potável é algo que deveria ser cuidado com todo o zelo e que, a cada dia que passa, se torna mais escasso no planeta. O olho das grandes potências na Amazônia não se dá apenas pela grande floresta, mas pela grande reserva de água que há na região amazônica brasileira. É o nosso verdadeiro ouro líquido.
Além disso, a instabilidade política regional gerada por Bolsonaro no chamado quintal dos Estados Unidos, leia-se América Latina, com risco de espraiamento de regimes autoritários pelo continente, é um perigo que o Pentágono terá que enfrentar muito em breve, e enfrentar através de ações pontuais de sua inteligência ou até mesmo por pressão ou por ações armadas.
Porém, o maior perigo ao democrata Joe Biden é se deparar com um governo de extrema direita que fomenta o armamentismo e discursos de ódio, ao modelo do presidente golpista Donald Trump, em pleno continente americano. Grande ala política dos Estados Unidos e até mesmo no Brasil tem fomentado o discurso de que Bolsonaro só chegou ao poder graças ao abraço amigo de Donald Trump e de seu ideólogo Steve Bannon, daí o motivo de tanto amor e devoção de Bolsonaro por Trump. O fim do governo Bolsonaro não apenas agrada aos democratas, mas se torna vital à própria existência pacífica da democracia nos Estados Unidos, já que a extrema direita mundial, avessa a valores democráticos e humanistas, como já se sabe, se auto fomenta com discursos, apoios e financiamentos externos. Ou seja, enquanto existir um governo de extrema direita que controle uma grande economia, o risco de financiamento e de apoio, por estratagemas e discursos, à extrema direita americana continuará, por mais que a inteligência interna dos Estados Unidos esteja alerta ao movimento dos ativistas extremistas em seu próprio solo.
À China, que fez altíssimos investimentos nos mais diversos setores brasileiros, que necessita da importação de grande quantidade de minério brasileiro para a produção industrial e de enorme quantidade de grãos e carne para o consumo de sua população e de animais, o descontrole e o risco ocasionados por Bolsonaro e o seu discurso anti-China também a colocam em alerta.
O fim do governo Bolsonaro não agrada apenas a 70% da população brasileira, às instituições democráticas e ao próprio Exército e polícias dos diversos órgãos federativos, mas às grandes potências do globo. O risco que Bolsonaro causa ao povo, à democracia e ao mundo não é pequeno.
Ele traz consigo o risco de guerra, não apenas interna e regional, mas até mesmo de intervenções militares estrangeiras! E se um país invadir, outros também poderão fazê-lo para defender os seus próprios interesses. Os brasileiros deveriam estar em alerta máximo! O risco não é uma brincadeira ou mera suposição! Muitos estudiosos que lidam com questões de geopolítica já falam abertamente em alto risco de guerra, incluindo aí a primavera à brasileira, que já estaria em andamento. Espera-se que a qualificada inteligência militar brasileira e os seus bons estrategistas já tenham alertado o seu alto comando! Os militares devem parar imediatamente de apoiar essa aberração política, sob pena de enfrentarem muito em breve as graves consequências de sua irresponsabilidade e de uma guerra que poderá estraçalhar o território brasileiro, como já previa Chico Xavier, falando porém em guerra mundial!