quinta-feira, 5 de novembro de 2020

UMA BREVE LEITURA DAS MUDANÇAS INTERNAS NOS ESTADOS UNIDOS COM A VITÓRIA DO DEMOCRATA BIDEN E DO REFLEXO NO BRASIL


Os Estados Unidos são um país dividido entre os que se apegam a um estado minimamente democrático e respeitoso aos seus cidadãos e um Estado voltado a um país que não existe mais há muito tempo.

Biden representa um Estados Unidos altivo que visa integrar suas diversas comunidades. Trump, de forma anacrônica, deseja resgatar a imagem dos Estados Unidos do faroeste, com prioridade a brancos descendentes de europeus e segregação a negros, asiáticos e latinos, onde os mais fortes mandam, num recado direto de força ao mundo.

Para o povo estadunidense, com razão, há muita diferença entre as ações republicanas do candidato democrata e as ações nada republicanas do republicano que busca a reeleição.

Os protestos violentos havidos recentemente nos Estados Unidos, as manifestações agressivas de pessoas inconformadas com a liderança de Biden nas apurações, incentivadas diretamente pelo gabinete de Trump, e a fala de Trump de que não aceitará a derrota colocam os Estados Unidos numa posição inferior ao status que efetivamente ocupa na ordem mundial. Alguns falam que isso simboliza o declínio do poderio do país. Outros dizem que os Estados Unidos revelam sua faceta república das bananas. Na verdade, penso, é o resultado direto da crise econômica que aflige a população e que repercute em reações virulentas a um povo tão seduzido pelo manipulador consumo massivo a que não tem mais acesso tão facilmente. E quanto mais a crise se agravar, mais a agressividade estará latente em um povo que optou por dois supostos grandes prazeres: consumir e a andar armado. O resultado disso pode ser uma guerra civil gradativa, que aumenta pouco a pouco até dilacerar a própria unidade de país em algumas poucas décadas.

Biden deverá saber conduzir o país para evitar o agravamento dessa polarização radical e que põe a unidade dos Estados Unidos em risco, além da própria estabilidade da economia mundial. Biden, assim, é personagem importante para que os Estados Unidos sigam como uma liderança importante nessa e na outra década. Afinal, ele promete fazer a diferença nos Estados Unidos.

Para o Brasil há diferenças? Há no aspecto econômico e também na questão política. Explico.

Biden, ao contrário de Trump, não é tão protecionista e permitirá um livre comércio entre as Nações, incluindo aí o Brasil, o que nos é benéfico, já que somos importantes produtores e exportadores de aço, alumínio e de produtos agropecuários.

Politicamente, ao que tudo indica, com reflexo na economia, o governo Bolsonaro será obrigado a adotar uma política mais efetiva de proteção ambiental, sob pena de sofrer sérias sanções econômicas dos Estados Unidos que agora olham para a questão do meio ambiente com respeito.   

Além disso, ainda na questão política, Biden, além de não incentivar, não apoia os grupos de extrema direita e todo o arranjo de marketing e de articulações nas mídias sociais para a defesa de políticas radicais, o que reflete diretamente na ala extremada do Bolsonarismo que, além de não receber mais toda a orientação oficial, ainda será compelida a ser menos raivosa e ostensiva, para a própria sobrevivência de Bolsonaro, seu líder máximo.

O maior rival de Biden, hoje, é o extremismo mundo afora tão incentivado e apoiado por Trump. O extremismo mundial se auto alimenta, permitindo o aumento do extremismo nos cantos mais diversos e nos próprios Estados Unidos.  E Bolsonaro é integrante desse seleto grupo e continuará a ser visto dessa forma, a não ser que se afaste dos radicais.

Internamente, aqui no Brasil, deveremos aguardar para ver as mudanças e reflexos que advirão da vitória do Democrata Biden.

Mas não se iluda. A maior potência do planeta continuará de olho no crescimento dos outros países e a aplicação de sanções e a própria interferência através de ações de inteligência continuará, embora possivelmente mais aliviada a países como o Irã, em um possível pequeno rearranjo na ação geopolítica do Oriente Médio, a fim de diminuir o poder de interferência russa e turca.

Vejamos o que nos espera!

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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