A prestigiada revista Le Monde Diplomatique, que faz análises de geopolítica, publicou um artigo interessantíssimo sobre a extrema direita.
Muito do que está no texto abaixo foi escrito por este blog e não
representa o posicionamento original do texto da Diplo, como é conhecida a Le
Monde Diplomatique no Brasil.
A extrema direita é a verdadeira anti capitalista, muito embora diga travar uma guerra contra o comunismo, que existe apenas em pontos muito específicos do globo.
Não se pode perder de vista que a extrema direita, em todo o globo,
somente chegou ao poder através da mentira e das fake News e que os seus representantes,
além de não terem visão social alguma e detonarem a própria estrutura estatal,
jamais conseguiram êxitos econômicos expressivos
Afinal, estaria a extrema direita interessada em movimentar e apoiar o
sistema econômico vigente ou pretende implodir o sistema político e econômico e
substituí-lo por um sistema em que as únicas empresas que existiriam seriam as
que apoiam o grupo extremista dominante, como grupos de comércio ilegais e
fábricas de armas?
Embora supostamente mire na esquerda, utilizando a inverdade como a sua
maior arma, a extrema direita visa implodir o próprio capitalismo, atacando o
multilateralismo, a globalização, o sistema financeiro, além da estrutura social,
representada pelas maiorias e minorias e o próprio trabalhador, e a própria
base e estrutura do Estado, representado pelos desprestigiados servidores
públicos.
O nacionalismo real nunca foi importante para a extrema direita que se
espalhou pelo mundo. Ela tem laços internacionais (sempre com os grupos de extrema direita) e pouco se importa com a
solução efetiva dos problemas reais de cada país. O que une essa extrema
direita internacional é, primeiramente, o financiamento de seus projetos locais de
tomada de poder, além do radicalismo e a busca incessante de inimigos internos
e externos. Os inimigos internos são os opositores, não importando se são de
direita ou esquerda, os externos são todos os que se opõem a essa visão tacanha
de mundo e em especial à China, uma economia de sucesso que não interfere
militarmente em outros países, mas que é uma ditadura dirigida por um partido
comunista.
Por outro lado, grande parte do
mercado se apropria de algumas lutas sociais, como a da luta contra a
homofobia, contra o racismo e pelo direito das mulheres, ou seja, o mínimo que
um comportamento ético exige, visando tornar-se mais simpático à sociedade com
um propósito: aumentar a venda dos seus produtos e ter mais lucros.
Segundo o
texto da revista Diplo, o capitalismo exige hoje uma adaptabilidade que
valorize a diversidade para manter a lucratividade e a predominância.
Por isso,
alguns militantes de esquerda dizem que não se pode confundir as legítimas lutas
identitárias, defendidas pelos chamados liberais (centro e direita), tão odiadas pela extrema
direita, com as também legítimas e ultra necessárias lutas para extinguir as enormes
desigualdades econômicas, que jamais poderiam ser esquecidas.
Assim,
haveriam três campos distintos. Um defendido pelo mercado e que defende as
lutas identitárias, outro defendido pela esquerda, que visa principalmente diminuir
as desigualdades econômicas, e outro defendido pela extrema direita, que não
quer nem uma coisa nem outra, mas o poder, unindo pessoas que tenham um posicionamento ultraconservador, distante do tempo e do espaço.
No Brasil, as
urnas deram vitória massiva à direita liberal. Por outro lado, os grandes
centros urbanos mostraram que a esquerda voltou a crescer.
As recentes eleições
nos mostraram um resultado inconteste e que nos evidencia um fio de esperança: a extrema direita foi um surto, talvez
psicótico, e não sobreviverá.
A direita, por sua vez, a grande ganhadora, pretende passar uma rasteira na extrema direita, com o que conta com o apoio de grande parte da esquerda. A união entre ambas seria para evitar o mal maior, mas, como afirma o texto do Diplô, a esquerda também levaria essa rasteira, e a injustiça social, tão dramática, continuaria a não ser prioridade.