quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

OUTRO SISTEMA ECONÔMICO É POSSÍVEL, E NÃO SE TRATA DO COMUNISTA.


De forma regulamentada, ou não, o comércio existe desde as civilizações antigas.

As caravanas que atravessavam desertos, a rota da Seda, as viagens de Marco Polo, e o povo Fenício bem evidenciam o comércio forte existente em tempos remotos.

As pessoas e os próprios governos comercializavam, vendiam e não eram capitalistas.

“Como assim?”, muitos devem estar se perguntando.

Sim. O comércio existe muito tempo antes do surgimento do capitalismo.

Hoje, muita gente confunde a livre iniciativa, algo que já existia em tempos antigos, mas não com esse nome, com o capitalismo, como se esse sistema econômico defendesse o empreendedorismo. Não. Não é verdade.

O capitalismo, surgido no Século XV, no final da Idade Média, e com o surgimento das grandes navegações, é um sistema econômico que tem por base a propriedade privada e a acumulação ilimitada de capital e que passou por três fases, a comercial, a industrial e a atual, financeira.

A principal diferença do comércio pré capitalismo para o capitalista é que naquele as mercadorias tinham valor de acordo com a sua utilidade e demanda. Quanto mais exótico e raro o produto, maior valor possuía. Hoje, ao contrário, o valor da mercadoria é apurado pelos custos e lucros. Porém, para alguns produtos, o custo ainda se baseia na demanda, pois quanto maior for essa, maior será o preço que o comerciante ou industrial poderá cobrar, já que haverá procura e compra. Por isso, no capitalismo a mão de obra não é concebida como uma parceira, e quanto menor for o salário, maior será o lucro do empregador. Daí a concepção de luta de classes formulada pelo comunismo e pelo seu criador conceitual, Karl Marx.

O capitalismo defende o acúmulo de capital, o que difere diametralmente dos conceitos de livre iniciativa e comércio.

Com o acúmulo de capital, a tendência é formar-se grandes grupos econômicos ou financeiros, que por terem capacidade maior de investimento e produção, cobrarão menos e ocuparão maiores espaços, o que, ainda, gerará uma massa maior de trabalhadores que serão submetidos aos salários pagos por esses grupos concentradores de mercado. É o que se vê com os pequenos comerciantes, que se sujeitam a comprar franquias e trabalhar para essas redes ou que tornam-se comerciantes (também considerados trabalhadores) informais, como os camelôs.

Os defensores do capitalismo dizem que é o lucro que tornará possível ampliar-se o empreendedorismo e os avanços científicos. Balela!

Desde os primórdios vendia-se de tudo e as pequenas invenções eram apreciadas por todos os povos que tinham acesso ao comércio.

E, hoje, os avanços científicos são, em grande parte, financiados pelos governos e não pela iniciativa privada, o que torna a defesa do capitalismo, nesse aspecto, insustentável.

Uma pergunta. É possível existir comércio sem que se adote o sistema capitalista ou comunista?

Sim. É perfeitamente possível. A história da humanidade comprova isso, pois milênios antes de se conceber o capitalismo, o mundo vivenciava grandes rotas e centros comerciais.

Um sistema que não adote o lucro e a concentração de riquezas como objetivo, mas que tenha por base a liberdade econômica baseada em critérios de igualdade de disputa, pode elevar em muito o desenvolvimento de características do empreendedorismo.

Um outro sistema é possível, e não precisa ser o comunista, que muitos tremem só de ouvir.

É possível um sistema econômico menos cruel, menos predatório, menos centralizador e mais democrático e, porque não dizer, respeitador da liberdade humana.

Mas um sistema desses não interessa às Nações mais ricas, pois as mega empresas deixariam de existir para dar espaço a pequenas e médias empresas, que tornariam o comércio mundial um tanto mais competitivo e justo.

As relações de trabalho, por consequência, seriam melhores aos trabalhadores.

Aos defensores desenfreados do capitalismo, sugiro leitura e reflexão, além de amplitude de consciência. O resto é conversa fiada.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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