fonte da ilustração: internet
Após as catástrofes e crimes
ambientais praticados em Minas Gerais, com reflexos em rios e cidades, o Brasil
foi atingido por imensos focos de incêndio na Amazônia. Neste instante, as queimadas
devastam o rico e frágil Pantanal. Mas parece que as catástrofes não param aí.
O mar também foi afetado, mas agora por manchas de petróleo que poluem todo o
rico litoral nordestino e que ameaça chegar às praias do sudeste.
O Brasil demorou mais de
3 meses para apontar um “suposto” culpado: o navio Boubolina, de bandeira grega
e pertencente a uma empresa de mesma nacionalidade.
Segundo a Polícia Federal,
o referido navio teria atracado na Venezuela no dia 15 de julho e teria passado
a 700 km da costa brasileira, entre os dias 28 e 29 de julho.
A empresa grega, acusada, nega qualquer derramamento e diz que todo o
produto embarcado na Venezuela foi entregue no local de destino. Com isso, a
Polícia Federal passou a investigar e exigir dados de outros 4 navios gregos.
A Marinha apontou que o petróleo seria de origem venezuelana e a Polícia
Federal trabalha nessa linha. Mais de 30 navios, de 11 países, estão sendo
investigados.
Mas será que o petróleo é venezuelano?
Não quero afirmar que a origem seja da área disputada entre Venezuela e Guiana,
que já foi colônia da Grã Bretanha, e é o segundo país mais pobre das Américas,
só perdendo para o Haiti, mas os fatos apontados abaixo deveriam ser de
conhecimento das autoridades, de forma a permitir a ampliação do leque de
possíveis responsáveis pelo vazamento.
A nossa vizinha Guiana, único país da América do Sul a falar o inglês e com
menos de 800 mil habitantes, recentemente teve descobertas fantásticas de
petróleo em águas profundas. Desde 2015 têm sido feitas descobertas em área
próxima da Venezuela e que são objeto de disputa com o país vizinho.
O governo venezuelano interceptou, na área em disputa entre a Venezuela
e Guiana, dois navios de exploração sísmica a serviço da Exxon em dezembro do
ano passado. Em julho deste ano, mesmo mês do vazamento, o governo venezuelano
apreendeu um navio da Guiana que carregava petróleo contrabandeado da Venezuela,
extraído ilegalmente da área em disputa.
A extrema pobreza da
Guiana com a contrastante promessa feita pelo FMI de que o país se tornará o que
mais crescerá no mundo entre 2020 e 2022, devido ao petróleo, bem como a
extração e exportação ilegais de petróleo de área em disputa, deveriam colocar
em alerta as autoridades brasileiras que cuidam da apuração do vazamento de óleo,
que está pondo fim ao turismo e à pesca nas águas do nordeste.