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O mundo está começando a cheirar a pólvora, e não digo isso devido à pretensa flexibilização (essa palavra já foi muito usada tempos atrás) da posse de armas de fogo pelo governo Bolsonaro aqui dentro do Brasil.
Na verdade, o mundo está muito próximo de uma grande guerra e bem ao lado de nós.
Em recentíssima decisão, ocorrida agora mesmo, a OEA, Organização dos Estados Americanos, aprovou uma Resolução, com 19 votos a favor (incluindo o do Brasil), 6 contrários e a abstenção do México, não reconhecendo a legitimidade da eleição e da posse, ocorrida hoje, de Nicolás Maduro na presidência da Venezuela. A União Europeia também não aprovou o segundo mandato de Maduro.
Os países alinhados aos Estados Unidos posicionaram-se contra a posse de Maduro. Porém, a Venezuela tem parceiros importantes no aspecto econômico e bélico, como a Rússia, a Turquia, o Irã, a Síria e Cuba.
Quase ao mesmo tempo em que o Bolsonaro surpreendia o comando militar e convidava os Estados Unidos a instalarem uma base militar no Brasil (já desmentida pelo Exército brasileiro), a Rússia e a Inglaterra estudavam a instalação de bases militares, respectivamente, na Venezuela e na Guiana. Uma observação: Brasil e Guiana são vizinhos da Venezuela. A Guiana, inclusive, tem problemas fronteiriços com a Venezuela. A área reivindicada pelos dois países descobriu-se, já faz alguns anos, ser uma rica zona petrolífera, onde grupos estadunidenses estão iniciando a exploração comercial.
Por outro lado, vejam a coincidência, no ano passado (2018) o Brasil recebeu em doação dos Estados Unidos um elevado número de tanques militares, o que, segundo alguns especialistas, seria uma prática comum entre os países. Será?
Ainda por coincidência, em 2018 o Brasil participou de diversos exercícios militares. Alguns merecem destaque, como o realizado na cidade de Natal, com a participação dos Estados Unidos, Canadá, Chile e França, dentre outros países; no Panamá, também com os Estados Unidos, Brasil e Colômbia, dentre outros países. E no final de 2017, na Amazônia, o Brasil estranhamente convidava os Estados Unidos para participarem de ações militares, juntamente com a Colômbia, o que teria criado certo descontentamento entre parte dos militares do Exército brasileiro, rapidamente abafado pelo governo Temer.
Há ainda a informação trazida pelo Comando Militar da Venezuela de que no território colombiano, onde existem algumas bases estadunidenses, mais precisamente na cidade de Tona, existem três centenas de mercenários, treinados por militares dos Estados Unidos, que estariam se preparando para provocar uma agressão à Colômbia, simulando tratar-se de forças da Venezuela.
E para esquentar ainda mais o clima já efervescente, o vice presidente, Mourão, já se mostrou favorável à presença militar brasileira na Venezuela.
Uma guerra em nossas fronteiras não será nada bom. Primeiro porque aumentará exponencialmente o número de refugiados daquele país procurando abrigo no Brasil. Segundo porque pode acarretar o ingresso do Brasil no conflito, provocando transtornos não só na zona fronteiriça, mas alcançando as grandes capitais do nosso pais, já que a força aérea venezuelana está muito à frente da força militar que possuímos para uso imediato (ainda não começamos a receber os poderosos caças suecos Gripen).
Porém, o que pouco se fala, é que essa guerra pode ter repercussão mundial, provocando o ingresso dos Estados Unidos, Rússia, Israel e Irã no conflito.
Se uma guerra nos países vizinhos já prejudicaria a nossa economia, o ingresso do Brasil numa guerra provocaria uma grave recessão econômica, agravando a crise social. E se houver uma guerra mundial, então, a crise atingirá o planeta inteiro.
Não é momento de cruzarmos os braços. Manifestações pacifistas são importantes desde já. O cheiro de carne podre e de pólvora já infestam os horizontes.