DA LIBERDADE
Somos vigiados quando andamos na rua, entramos no elevador, vamos fazer uma compra ou estamos em um parque, quando acessamos o email, escrevemos ou pesquisamos no facebook ou google.
Através de câmeras, pelo uso do nosso número de CPF e através de coleta de dados eletrônicos e virtuais, a todo o momento, somos monitorados.
Muitos acham normal. Cedemos dados e informações a todo o instante, mesmo que não percebamos.
O Estado tem controle absoluto sobre nós, o que fazemos, o que compramos, o que escrevemos e muitas vezes até sobre o que pensamos.
Estamos vivenciando o totalitarismo denunciado pelo agente Snowden.
Em paralelo, os partidos e os candidatos de extrema direita têm ganhado as eleições em alguns países chaves.
Não temos e não teremos mais a amplitude das liberdades consagradas nas Constituições e na própria Declaração dos Direitos Humanos.
DA IGUALDADE
Somos controlados como todos. Nisso, esse sistema totalitário nos tornou iguais.
Porém, não há igualdade de condições, seja na educação, no acesso à boa saúde e até na segurança pública. Isso ocorre em todos os países, ricos e pobres, Estados Unidos, Brasil e Haiti, por exemplo.
Alguns são privilegiados por terem nascido ricos, por serem brancos e por morarem em bairros bons. Outros, muitos outros, são excluídos por morarem em bairros populares ou na periferia.
A fixação que as pessoas têm pelo sistema financeiro apenas faz com que dinheiro gere dinheiro. Quem tem dinheiro não precisa trabalhar, mas apenas investir e reinvestir, e poderá ter, sem trabalhar, um nível de vida nababesco.
Quem não tem dinheiro, precisa trabalhar e dificilmente conseguirá guardar recursos para propiciar melhores condições aos filhos, ainda mais nessa sociedade consumista que incentiva as pessoas a comprarem carros caros, roupas caras, bebidas caras etc.
Essa sociedade acaba por criar castas que reproduzirão o sucesso ou insucesso financeiro. Somos e seremos iguais aos nossos pais e avós, na chance de sucesso ou de insucesso.
Ao mesmo tempo, somos manipulados por uma mídia que não se aprofunda e não investiga, salvo raras exceções, pelas falsas comunicações dos políticos, por Igrejas que apenas visam ao enriquecimento, pelas mídias sociais. A massificação, tão intensa, nos iguala, mas da pior forma.
DA FRATERNIDADE
Um ser que já não se importa com a liberdade, com o direito à igualdade, com o direito a uma educação de qualidade e crítica, com o direito à informação mais aprofundada, com a saúde que realmente cura e não apenas protela, com o direito ao autoconhecimento, inclusive espiritual, deixa de ter características humanas para agir como um ser manipulado que busca apenas o que aqueles que realmente comandam o país e o mundo (instituições financeiras, indústrias de armamentos, indústrias de medicamentos) querem que seja do seu interesse (consumir o desnecessário, consumir medicamentos que viciam e apenas amenizam sintomas e não curam, desprezar a criticidade, necessitar da sensação de segurança por forças civis ou militares armadas e distribuídas pelas ruas e cidade).
O morador de rua, o refugiado e qualquer outro que não se enquadre no padrão de cidadão de sucesso, ou seja, que consuma, é desprezado. É considerado simplesmente como o outro, como se fosse um objeto, e não um ser igual.
DA GUERRA CONTRA AS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES. DA GUERRA CONTRA A HUMANIDADE
As primeiras grandes civilizações Suméria, Babilônica e Assíria surgiram entre o Iraque, Irã e Síria, justamente a região em que os Estados Unidos intervêm.
Lá desenvolveram a agricultura, a escrita, a palavra e permitiram o desenvolvimento do pensamento mais crítico.
E ao longo da história, até o século passado, praticamente, a filosofia, a astronomia e as ciências humanas eram muito valorizadas pelos Estados e pela sociedade. Hoje já não é assim. Tais ciências são discriminadas quando contestam ou criticam o "status quo".
A civilização Suméria descrevia Adão e Eva, Noé e outros grandes personagens que a Bíblia judaica posteriormente incorporou, mas os tratava de uma forma diferenciada, como se fossem criações de seres "espaciais".
Os vestígios dessas civilizações (suméria, babilônica e assíria), "coincidentemente", estão sendo destruídos. Pouco resta de concreto. Há, sim, fotos, mas as construções belíssimas e imponentes estão sendo implodidas.
Muito do que havia em museus iraquianos foram saqueados pelos próprios iraquianos e por soldados estadunidenses. Grandes sítios arqueológicos no Iraque e na Síria foram destruídos por terroristas, pelos estadunidenses e também pelo conflito armado ainda existente nessa região.
Caem os vestígios da civilização, mas os Estados Unidos já ergueram cerca de duas dezenas de bases militares somente na Síria e no Iraque, bem ao lado de outro país que faz parte do cinturão das primeiras civilizações, o Irã.
Você pode não ter percebido, mas retiraram de você não apenas a liberdade, o direito à igualdade, o direito ao conhecimento, o senso mais próprio do ser humano, o do sentimento de fraternidade, mas o próprio vestígio de nossa civilização.
Nesses estranhos tempos, estão nos transformando em algo não humano, pondo fim a todos os vestígios de nossa humanidade.
Será o fim da humanidade não por sua extinção, mas pela transformação das pessoas em uma espécie de aberração quase robótica?