quarta-feira, 2 de março de 2016

QUANDO O EFETIVO COMBATE AO ESTADO ISLÂMICO E A PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DAS PESSOAS VITIMIZADAS NÃO SÃO AS REAIS PRIORIDADES DE ALGUNS PAÍSES

O Grupo autodenominado Estado Islâmico vem aterrorizando os islâmicos, os árabes e também os ocidentais.
Os islâmicos, ao contrário do que se pode pensar, são as suas maiores vítimas. Os sunitas que se recusam a aceitar o Estado Islâmico são assassinados e os xiitas são simplesmente executados. Enquanto esse grupo mata algumas centenas de ocidentais, já matou, das mais diversas formas, quase uma centena de milhar de islâmicos.
Esses radicais originaram-se da Al Qaeda, recebem recursos de países do Golfo e apoio tático da Turquia. É por esse país que a maioria dos militantes entra na Síria.
Tem um vídeo que circula na internet que mostra um número assustador de picapes da marca Toyota, centenas delas, utilizadas por esse grupo terrorista circulando sob o apoio aéreo de um helicóptero apache, que é exclusivo das forças armadas estadunidenses.
Assustado? As contradições entre o que dizem os ocidentais e a realidade não param aí.
Além do dinheiro externo, hoje eles arrecadam recursos com a venda do petróleo, comercialização de itens de valor cultural, histórico ou artístico, da cobrança de impostos, da escravização de mulheres e da venda de drogas.
A região situada entre a Síria e o Líbano serve de plantio para a planta que irá fornecer substâncias para o preparo da anfetamina Captagon, utilizada pelos terroristas em atos de barbárie e exportada principalmente para os países do Golfo.
As Forças Armadas russas denunciam ao mundo que os ataques havidos pela colisão liderada pelos Estados Unidos jamais alvejaram os poços de petróleo e o transporte deste. Os iraquianos e posteriormente os russos foram os únicos que atacaram, de fato, essa importante fonte de arrecadação de recursos dos radicais que se dizem islâmicos.
Por outro lado, o Partido Socialista Turco revela que a BMZ é uma companhia que transporta o petróleo produzido pelo Estado Islâmico até a Turquia, tendo como sócio Bilal Erdogan, filho de Recep Erdogan, primeiro ministro turco.
Como se vê, há um intrincado jogo de interesses na questão do Grupo Estado Islâmico.
Sem um ataque às fontes de financiamento, de nada adianta propagandear o bombardeio de cidades e atingir civis. Há que se cortar os recursos financeiros de forma eficiente e radical.
Há que se erradicar o plantio e a produção do captagon, a exploração e o transporte de petróleo pelo Estado Islâmico, o financiamento dessa organização, direta ou indiretamente, pelos países do golfo. Além disso, cabe verificar como o Estado Islâmico conseguiu adquirir milhares de veículos Toyota. Para isso é necessário rastrear como entraram na Síria e no Iraque e de onde procedem para, em seguida, verificar os fornecedores e quem pagou, e de que forma. Mas nada disso, além de um mero questionamento à fabricante Toyota, tem sido feito.
A coisa há de ser séria, inteligente e eficaz. Há de se ter vontade política de mudar as coisas. Não basta declarar guerra a esse grupo e se limitar a atingir um ou outro carro dos terroristas. Há que se quebrar o financiamento, a fonte de arrecadação, a fim de enfraquecer a organização e, dessa forma, aniquilar ou, ao menos, minimizar qualquer ação terrorista dentro e fora da zona de guerra. O último passo deveria ser o envio de força terrestre para combate.
Sem quebrar o financiamento da organização, o enfrentamento terrestre implicará em baixas das forças que lutam contra o Estado Islâmico. Há primeiro que enfraquecer, cortar os suprimentos, para depois, se o caso, invadir a região pela força terrestre. Enquanto isso é plenamente possível e necessário utilizar, de forma concomitante, a força aérea e os ataques por mísseis balísticos para atingir pontos estratégicos.
Como se vê não é fácil erradicar o Estado Islâmico, mas é muito fácil enfraquece-lo, cortar suas fontes de financiamento e verificar quem repassa recursos a esse grupo. Muitos já sabem, mas muitos governos preferem ter um discurso populista e uma ação estratégica vazia, para dizer o mínimo.
Como o Brasil tem claro interesse na questão, já que sediará os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio, e tem interesse na segurança do evento, reúne legitimidade para propor a adoção de ações concretas, inclusive apontando possíveis soluções na ONU.
Ao mesmo tempo que a apresentação de tal proposta demonstraria uma ação propositiva do Brasil, por outro lado evidenciaria maturidade para ocupação de uma vaga no Conselho de Segurança.
Contudo, não será surpresa se um ou alguns dos países integrantes do Conselho de Segurança da ONU postergarem quaisquer das ações de inteligência propostas, afinal há quem lucre com a venda de armas, a fragmentação da Síria, o tráfico de seres humanos, o tráfico do captagon, a compra do petróleo sírio vendida pelo Estado Islâmico, a escravização de mulheres menores de idade etc...
A violação aos direitos humanos, infelizmente, tem interessado não só ao Estado Islâmico, mas a muitos países que se dizem contrários a esse grupo ou que se silenciam frente à barbárie por esses praticadas. Essa não é a primeira guerra em que as potências camuflam seus reais interesses e também não será a última em que os direitos humanos serão aviltados com o aval discreto e silencioso de muitas potências.
Podemos dizer não, e o Brasil poderá ser o portador desse grito inconformado!

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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