segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O JOGO DE LIDERANÇAS E O SÉRIO RISCO DO CONFLITO NA SÍRIA TORNAR-SE MUNDIAL E ENVOLVER O BRASIL

Ainda que não queiramos reconhecer, os Estados Unidos não estão sozinhos na pretensão de invadir a Síria. A eles se juntam alguns países europeus. A Inglaterra levará a questão da participação inglesa a nova votação no parlamento e a Alemanha já se manifesta favorável à guerra, ao lado da França. TurquiaArábia Saudita  também são favoráveis ao ataque, inclusive porque já armam e dão dinheiro aos "rebeldes" sírios, e tem interesses geopolíticos em diminuir a órbita de influência do Irã. Israel e Jordânia, se armam e movimentam tropas e armamentos na fronteira.
Por coincidência ou não. Em junho deste ano os EUA enviaram uma pequena tropa (700 soldados) e aviões para a Jordânia, enquanto Israel bombardeava um mês antes alguns objetivos militares sírios. Ao mesmo tempo a Turquia reforçava a sua fronteira com o país em conflito interno (e com muita ajuda externa).
A Rússia é o maior aliado sírio e já mandou navios de guerra, inclusive com propulsão nuclear (que tem grande autonomia em caso de conflito armado), para o mar mediterrâneo.
Hoje chega a informação de que os Estados Unidos estão movimentando parte de seu armamento nuclear.
Ao contrário do que parece, o que se desenha inicialmente não é um enfrentamento do ocidente contra o oriente, aquele comandado por Obama e este comandado pela Rússia de Putin (imagino que nenhum país vai querer combater um rival forte em um momento de crise econômica mundial), mas um jogo de poquer, com muito teatro de algumas lideranças.
Na verdade, Obama e seus aliados (ou serão comparsas?), com tantas ameaças verbais e sonidos de guerra, estariam - indiretamente - pressionando Assad a, inicialmente, renunciar. Esse é o motivo de ter passado tanto tempo (ao lado, evidentemente, de um estudo mais minucioso da inteligência estadunidense sobre a movimentação das tropas sírias e os planos efetivos de ataque). Contudo, não se pode descartar o risco de uma séria guerra. 
O presidente sírio é considerado fraco e volúvel até mesmo por aliados, e não seria de causar estranheza se neste momento renunciasse ao cargo. Para mim seria um ato de grandeza, mas para muitos isso estaria ligado mais à personalidade titubeante do ditador. A questão seria saber sob quais condições Assad renunciaria e quem viria a ocupar o cargo?
Se vier a renunciar, não será obviamente por medo, pois até hoje não deu o mínimo sinal disso, mas para tentar (não se sabe se ainda será possível) restabelecer a convivência harmônica de várias religiões e etnias no único país da região que se mostrou capaz disso.
O fato é que o ocidente, indiretamente, fortalece a criação do Curdistão sírio, ao lado do já existente iraquiano (só a Turquia não percebe que em breve os Curdos dali se unirão aos desses dois países árabes, criando o tão sonhado Curdistão).  
Além do que, a oposição militar síria está dividida. Há os laicos que poderiam tentar assegurar as estabilidades religiosa e étnica existentes até dois anos passados, mas a verdade é que os mais combativos e sanguinários e violentos são de milícias religiosas extremistas, sendo que alguns se dizem aliados à Al Qaeda e que hoje dominam considerável pontos da Síria, incluindo o vilarejo histórico de Maloola, único reduto do mundo em que se fala aramaico (a língua de Cristo). Além do que, os extremistas estão afugentando da Síria os refugiados mandeans (advindos da guerra do Iraque), que muitos afirmam que são os antigos essênios (seita judaica à qual João Batista era ligado e que teria influenciado Jesus Cristo). Nem os sítios arqueológicos maravilhosos da Síria estão sendo preservados. O Crak dos Cavaleiros, um castelo dos Hospitaleiros e Templários, e um dos mais bem preservados em todo o mundo, também já foi atingido pela guerra e teve a sua estrutura parcialmente arruinada.
A guerra interna está destruindo a Síria, matando e afugentando pessoas, e um ataque externo não melhoraria em nada a situação hoje caótica. Ao contrário, uma invasão (ainda que apenas aérea) ocasionaria mais baixas, mais destruição e o possível envolvimento de países da região nesse conflito que poderia se ampliar para uma área muito maior que o território sírio e o próprio Oriente Médio, incluindo aí a Europa, parte da Ásia e o Norte da África, com a grave possibilidade do conflito estender-se, ainda que de forma gradativa, a outras regiões, na medida em que houvesse adesões de novas nações a este conflito que já não seria mais regional, mas mundial. Talvez isso justifique o fato dos Estados Unidos estarem movimentando grande parte do seu arsenal nuclear no país, como afirmaram os sites Infowars e RT.
E o Brasil nesse conflito? Pelo histórico do país não haveria envolvimento direto, mas sim um necessário posicionamento a respeito da aprovação ou não da guerra e do seu desenrolar. Além do que, as forças armadas deveriam ficar de sobreaviso, já que num conflito que pode alcançar tal escala haveria grande necessidade de fornecimento de petróleo e gás (substituindo os países envolvidos na guerra), alimentos e até mesmo água, o que poderia levar a incursões estrangeiras em nosso território (pré sal, amazônia, região centro oeste, tríplice fronteira) ou até mesmo provocações para que o Brasil ingressasse no conflito ou fornecesse tais bens em condições especiais.
Não é demais observar que recentemente foram divulgadas as interceptações, pelas inteligências estadunidenses, das comunicações travadas no Brasil, incluindo-se aí, especialmente, aquelas mantidas pela Presidenta da República. Além do que, um intelectual dos Estados Unidos advertiu que o Urso Americano, sedento por guerras que poderiam movimentar a sua economia (desespero de país decadente, segundo o mesmo autor) estaria de olho também na América Latina. 
O que os líderes mundiais deveriam saber e ainda não descobriram é que uma guerra jamais salva vidas nem mesmo as próprias economias dos países decadentes. Uma guerra, além de mortes e destruição, cria feridas fronteiriças difíceis de cicatrizar e muita dor no que restou de humanidade nos espíritos dos sobreviventes da barbárie.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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