Tradução de Anna Malm – Correspondente de Pátria Latina na Europa
Se já estamos de-facto na Terceira Guerra Mundial, a informática seria então o carácter fundamental dessa guerra.
Hoje temos que antes que se ataque um país trabalha-se para destabilizar a situação interna do mesmo, por exemplo através da instigação de conflitos entre grupos sociais ou étnicos. Sempre é melhor que se lute com mãos alheias quando se tem a intenção de salvaguardar os próprios interesses, sejam esses de poupar seus soldados ou orçamentos. O objetivo primordial da guerra moderna hoje em dia não é o de destruir o exército do inimigo, ou a simples tomada de seu território. O objetivo da guerra moderna é o de estabelecer uma nova ordem mundial, ou seja, uma nova realidade político-social de carácter global.
Agora, se já estamos de-facto no prelúdio da Terceira Guerra Mundial, essa nova realidade seria então o seu objetivo supremo.
[Se perguntassem a mim, poderia responder que esse é o único cenário em que os acontecimentos dos últimos três a quatro anos fazem sentido do ponto de vista de onde me encontro.]
Analistas políticos estão ao falar de um crescente número de ameaças militares tirando, nesse contexto, a conclusão de que o uso da força continua a fazer o papel principal quando de disputas político-econômicas a serem resolvidas entre diversos países.
Nos últimos anos um número significante de peritos e analistas políticos tem chamamado a atenção para o fato de que possíveis ameaças militares estão tomando mais e mais um carácter local, ou no máximo que tem apresentado um carácter regional.
[Isso pode ser notado na grande quantidade de conflitos armados e ou guerras locais e regionais através do mundo todo. Aqui parece se tratar mais da quantidade, inúmeras, em vez da qualidade, apocalíptica.]
Analistas também tem notado que as fronteiras entre paz e guerra tem sido apagadas ou estão por assim dizer a ficarem cada vez mais pálidas, a ponto de se desvanecerem sem contornos detectáveis.
Países já não declaram guerras oficialmente da maneira tradicional, e as guerras atuais não são mais conduzidas como as do cenário tradicinal. Entretanto, em termos das consequências os novos tipos de conflitos são comparáveis as guerras tradicionais. [Pode-se até acrescentar com milhões e milhões de mortos. Como se consegue esconder, nos tempos modernos, uma tal realidade seria caso para muitos e muitos anos de pesquisa. Um aspecto dessa questão deveria então começar por aprofundar-se na questão do controle da informação.]
Depois ainda temos que uma característica peculiar dos conflitos atuais é que esses fazem, no começo, mais uso de métodos não militares, como por exemplo através de diversos tipos de sanções, sejam essas humanitárias, políticas ou econômicas. Um caso típico é o daqueles que pretendem iniciar um conflito começarem por exacerbar os sentimentos antagonistas de uma população, antes de entrarem em fase de ataque direto.
Muitos começam a reinvidicar que a Terceira Guerra Mundial já começou. Em fato, se a terceira grande guerra já começou, essa é a natureza dessa guerra. É então uma luta entre diversos grupos da elite mundial, que tem poder e recursos necessários para ganhar uma guerra onde o poder de controlar a informação é central.
Também se tem que considerar no contexto que arruinar um país e depois estabelecer um regime de marionetes é mais barato, assim como mais efetivo, do que tentar destruir as forças armadas de um país, o que em muitos casos poderia apresentar-se como muito dispendioso, também em termos de vidas humanas para o próprio agressor. Talvez mesmo com um preço exorbitante.
Esse princípio sempre foi válido, mas hoje em dia os que estão almejando uma dominância global fazem desse princípio - nessa época de tecnologia de informação avançada - a sua pedra fundamental.
O objetivo supremo dessa guerra então não é a destruição das forças armadas dos adversários, ou mesmo seu território. O objetivo primordial é o de assegurar a si mesmo o papel de arquiteto da nova realidade mundial, ou em outras palavras, assegurar uma dominância político-econômica global para si mesmos.
[Conte-se então aqui com muito mais Líbias, Sírias, Iraques, Somálias, Malis e sabe lá Deus mais o que.]
Bil Van Auken também se impressionou pelo tema, dando-nos bons aspectos a refletir a respeito, e eu cito um deles, talvez um dos aspectos mais centrais da questão:-
“Dando o tom para a Conferência de Segurança de Munique, esse ano marcada por um neocolonialismo desavergonhado, o vice presidente americano assinalou que o imperialismo norte americano estava se preparando para batalhar em todos os cantos do planeta”
No original: “Setting the tone for this year´s Munich Security Conference, marked by unabashed neo-colonialism, the American vice president signalled that US imperialism is gearing up for battle in every corner of the planet.”
Bil Van Auken ressaltou também que Obama em seu discurso inaugural nesse seu Segundo Termo, não muito mais que a duas semanas atrás, afirmava que uma década de guerra estava agora chegando ao fim, mas que entretanto as palavras do vice presidente Biden na Conferência de Segurança de Munique, não mais que tres ou quatro dias atrás, tinha posto as cartas em ordem de importância.
Biden tinha deixado claro então que não só não teria essa década de guerras chegado ao seu fim. Essa época de guerras estava agora a se encaminhar para seu ponto de erupção, e isso num grande número de novas áreas através do globo.
Para nós isso significa que é uma nova era a ameaçar a vida de incontáveis milhões de pessoas pelo mundo. Pela nossa experiência sabemos também que essas vidas não serão de pessoas abastadas ou de elementos da elite mundial.
Bil Van Auken ainda ressaltou que Biden tinha apontado para o novo foco do imperialismo norte americano e europeu, e esse era então o Norte da África.
Biden tinha também ressaltado que os extremistas do Norte da África estavam explorando as condições de desmantelamento de governos, miséria de massas, desemprego e fácil acesso a armas deixadas para trás depois da guerra dos Estados Unidos e OTAN, quando da derrubada do governo da Líbia.
Biden tinha em seguida apontado para a necessidade de eliminar as ameaças que o desenvolvimento dessas condições poderia trazer para os “interesses ocidentais”. O que então não foi dito por Biden é que as condições acima enumeradas foram criadas por não outros que pelos representantes dos “interesses ocidentais” através dos anos, e isso muito especialmente nos últimos vinte anos.
Referências e Notas:
Sergey Duz, “Informational nature of modern war” – apresentado por Rick Rozoff – STOP NATO – O original encontra-se em http://rickrozoff.wordpress.com
Bil Van Auken, “Biden in Munich: The ugly face of imperialism”- O original encontra-se em www.wsws.org
Tradução assim como comentários dos dois artigos acima apresentados em resumo: Anna Malm* - www.bahnhof.se/wb224120
*Anna Malm – Licenciatura: Economia-Psicologia