quinta-feira, 4 de julho de 2013

GOLPE DE ESTADO NO EGITO

O Egito sofre mais uma vez uma intervenção militar nos poderes do Estado. As maiores vítimas, por enquanto, são os poderes Executivo e Legislativo. Os militares golpistas, ao mesmo tempo em que depuseram o presidente Morsi, democraticamente eleito, dissolveram o Parlamento e revogaram a Constituição.
Se essas ações não constituem golpe de Estado, eu não sei mais nada.
É um claro golpe de Estado, algo que muitos órgãos de imprensa no Brasil recusaram-se a admitir, mas que o periódico espanhol El Pais mencionou expressamente em sua manchete: "Golpe de Estado en Egipto".
Para alguns comentaristas da Globo News, a ação dos militares era legítima. Como assim? Suspender os efeitos da Constituição e dissolver o Parlamento são ações legítimas ou democráticas? Aonde? Na Sibéria de Stalin ou nos devaneios do antigo Bush II?
Os pobres gostavam de Mursi, que preocupava-se mais com ações sociais. A classe média, assim como no Brasil, é que manifestaram dissabor com as ações governistas.
A ação dos militares contra a Irmandade Muçulmana, representada pelo presidente Mursi, que era um de seus líderes, fortalece o radicalismo dos salafistas, os mesmos que decaptam pessoas e lutam contra alguns presidentes árabes, dentre eles o do Iraque e o da Síria.
A inação estadunidense apenas fortalecerá os radicais salafistas, que já detinham 25% do parlamento. E isso não será nada bom para o Egito, para os países árabes, para o Oriente Médio e para o mundo como um todo. Favorecerá, de certo, o fácil discurso da intervenção bélica para evitar que radicais tomem o poder, o que talvez seja o propósito do grande império. E intervenção no Oriente Médio é algo mais que corriqueiro para os últimos governos estadunidenses.
Há algo que poucos analistas estão comentando, que é a repercussão disso na Turquia, liderada por um islâmico praticante e que não conta com muita simpatia de certa ala militar, cujos alguns membros estão na prisão por serem radicalmente contrários à posição que o governo turco adotou em relação à guerra civil na síria. Para os militares nacionalistas, a Turquia deveria se posicionar em favor do governo de Assad, e não dos opositores, integrados por muitos grupos islâmicos radicais, inclusive salafistas e da al quaeda.
Há, sim, um sério risco de um golpe de Estado (que a imprensa brasileira certamente não denominará assim) na Turquia.
Se por um lado isso favorecerá ao atual líder da Síria, que é dominada por um governo declaradamente laico (o governante é pertencente à minoria alauíta), por outro não facilitará a vida dos iranianos, aliados do governo sírio e que contava com a simpatia do governante deposto egípcio e do líder Turco.
Isso criará um nó difícil de elucidar a respeito da geopolítica na região.
O fato é que o novo presidente iraniano não encontrará uma situação muito cômoda, não, e deverá demonstrar ainda maior habilidade que o polêmico Ahmadinejad.
Veremos o que acontecerá no Egito, e não se esqueçam da Turquia, talvez o próximo alvo de uma ação orquestrada a modificar todo o jogo de poder no Oriente Médio e que está a deixar os analistas sérios de cabelos em pé.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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