A mídia ocidental apenas traz a mensagem que o recente ataque israelense à Síria visou evitar que mísseis fossem entregues ao grupo xiita Hezbolah libanês. Não é bem isso.
A força aérea de Israel atacou a Síria na sexta e também neste sábado. Foram ataques reiterados.
No primeiro, teria havido ataque a um comboio que "transportaria mísseis ao Líbano". Essa história de transferência de armas me parece uma inverdade absurda, já que o regime de Bashar necessita mais do que nunca de armamentos para enfrentar os rebeldes cada vez mais fortes.
No sábado, segundo a oposição síria, teriam sido atacados três quartéis militares da tropa de elite "Guarda Republicana", um silo de mísseis Scud e outro de mísseis iranianos Fateh, armazéns de munição, um edifício militar e também um centro de pesquisa militar. Ou seja, o último ataque israelense visou claramente enfraquecer o governo de Bashar Al Assad. Mas qual seria a intenção de Israel? Defender-se? Parece ser óbvio que não. O governo de Israel quer que a Síria caia o quanto antes nas mãos de sunitas, a fim de que a milícia xiita do Hezbolah, no Líbano, e o xiita Irã, percam um precioso aliado. Assim, num só golpe enfraqueceriam os seus arquirrivais Hezbolah e Irã.
Contudo, parece que o governo Israelense não está medindo consequências. A Síria pode reagir com mísseis de longo alcance, além de usar sua força aérea relativamente poderosa, para atingir Telaviv. Dessa forma, além do Irã ficar de prontidão, para evitar um avanço israelense, os países árabes, ou muitos deles, como Iraque, Egito e Argélia, poderiam se unir e dar um ultimato ou até mesmo reagir militarmente. O pior para Israel seria se Arábia Saudita, Jordânia e os países do golfo se unissem para reagir a esse ataque. Ou seja, o golpe israelense planejado por muito tempo pode se voltar rapidamente contra o próprio governo de Israel de uma forma mais abrupta ou não.
Para evitar mais mortes e que a guerra se alastre pela região e pelo mundo, é importante que a ONU esteja atenta e exija o cessar fogo imediato por parte dos israelenses.