quinta-feira, 11 de abril de 2013

As circunstâncias políticas da morte de Yasser Arafat

Rede Voltaire
por Thierry Meyssan

A 11 novembro de 2004, o presidente Yasser Arafat falecia num hospital militar francês. Desencadeou-se então uma polémica sobre a origem do seu envenenamento. Só muito mais tarde, aquando da captura pelo Hamas de documentos nos arquivos pessoais do ministro Mohamed Dahlan, foi que as provas do complô foram reunidas. O assassinato foi orquestrado por Israel e pelos Estados-Unidos, mas realizado por Palestinianos. Thierry Meyssan reexamina as circunstâncias políticas que conduziram à planificação desta eliminação.

A chegada ao poder de George W. Bush, em janeiro de 2001, e a do general Ariel Sharon, em março de 2001, em plena Intifada, marcam uma mudança radical de política em relação aos Palestinianos. O período coincide com a entrega do relatório do senador George Mitchell sobre as responsabilidades partilhadas na continuação do conflito. O presidente Bush designa um diplomata experimentado, William Burns, para o representar no Próximo-Oriente. Com director da CIA, George Tenet, eles elaboram um protocolo em seis pontos para um cessar-fogo. Sharon e Bush examinam este plano, a 26 de junho de 2001 na Casa-Branca.

Tudo não passa de uma simples encenação. A reabertura das vias de circulação nos Territórios ocupados está subordinada à paragem imediata e completa das hostilidades. Por outras palavras, as medidas de repressão nos Territórios ocupados não serão levantadas sem que os Palestinianos renunciem, sem contrapartida, à resistência armada. Os Srs. Sharon e Bush acordam num discurso que estigmatiza o presidente Yasser Arafat, e o torna responsável do prosseguimento das hostilidades: ele é «o terrorista» por excelência e os dois países devem unir-se para fazer falhar o «terrorismo». Por conseguinte, o general Sharon decide aplicar agora a estratégia dos «assassinatos dirigidos» contra os dirigentes políticos palestinianos. O primeiro eliminado será Abou Ali Moustapha, um dos chefes da OLP.

Também logo que sobrevêm os atentados do 11de setembro de 2001, esta retórica funde-se sem problemas na da «guerra ao terrorismo». Nessa manhã aliás, os medias difundem uma reivindicação por um grupo palestiniano e Israel fecha todas as suas representações diplomáticas no mundo. Imagens de uma quinzena de Palestinianos gritando a sua alegria diante dos danos infligidos aos Estados-Unidos dão a volta ao mundo. Seja como for, a responsabilidade palestiniana será descartada no decurso do dia e os atentados serão atribuídos a um grupúsculo instalado no Afeganistão. Para fechar este capítulo, Yasser Arafat dirigir-se-á a um hospital para dar o seu sangue para as vítimas americanas. Mas a ocasião é esplêndida: os dirigentes israelitas multiplicam as declarações de compaixão com as vítimas estabelecendo nisto um paralelo entre o que sofrem os Americanos e os Israelitas. Ariel Sharon qualifica a Autoridade palestiniana de«organização apoiante do terrorismo», enquanto o porta- voz da Casa-Branca sublinha que Israel tem o direito de se defender. A amálgama é completa entre Resistência e terrorismo.

Telavive multiplica as iniciativas para isolar «o terrorista» Yasser Arafat. Entretanto, os ministros dos Negócios estrangeiros da União Europeia reafirmam que o presidente da Autoridade palestiniana é um parceiro para a paz, enquanto Washington mantêm os seus contactos com o velho líder.

Constatando a impossibilidade de uma solução militar, o general Sharon imagina um plano de recorte da Palestina que assegure a continuidade territorial de Israel e das suas colónias e que, pelo contrário, divida os Territórios palestinianos em duas zonas descontinuas. Discretamente, ele inicia grandes obras de construção, nomeadamente a construção de um muro que marcará a nova fronteira. O plano do conjunto não será revelado senão posteriormente. O general Sharon contenta-se numa primeira fase em anunciar a criação de «zonas tampões», talhadas nos Territórios ocupados.

Simultaneamente, uma associação de antigos oficiais realiza uma campanha de propaganda para uma separação unilateral entre os judeus e os árabes. Caminha-se para uma forma de apartheid onde Gaza e a Cisjordânia desempenharão o papel de Bantustões.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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