Na Síria, o número de refugiados já ultrapassa o 1 milhão de pessoas, a maioria mulheres e crianças, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Enquanto isso, o mundo preocupa-se com o "futuro" da Síria. Futuro? Mas quanta hipocrisia. Que futuro haverá para esse país e esse povo sem essas mulheres e crianças e sem os homens que lá estão, que provavelmente morrerão nessa guerra civil financiada por estadunidenses, europeus, países do golfo árabe e russos?
O que os países militarmente fortes querem é vender armas, com certa preocupação geoestratégica (redesenhando o Oriente Médio), apenas isso. São corvos ou urubus, que ganham com carcaças de vítimas.
Não me conformo com o fato do governo brasileiro e o mundo não terem agido a tempo de evitarem esse drama humanitário.
Ainda dá para salvar vidas e poupar esse povo dessa calamidade. O Brasil poderia agir eficazmente impondo ao mundo uma solução para salvar as vidas de civis. Uma zona de segurança, guardada por militares da ONU, em território Sírio, poderia receber esses refugiados, que garantiriam a si tanto o direito ao retorno aos seus lares, como poderiam manifestar-se, se assim fosse preciso.
O que não dá para admitir é o silêncio desses sírios. Silêncio imposto pela guerra civil, pela busca por refúgio e pelos assassinatos brutais com essa guerra insana.
A Síria não precisa ser alinhada aos Estados Unidos ou à Rússia. A Síria precisa continuar a ser habitada e liderada por sírios, apenas isso.
Manifestemo-nos em prol de uma ação do governo brasileiro para evitar novos massacres contra o povo sírio e contra a humanidade que eles também representam.