Cuba – Parte I
Havana, capital do País, é um
lugar único. Carros antigos, muitos em mal estado de conservação, bicitáxis,
Santeria (religião afro muito assemelhada ao nosso Candomblé), muita carne de
porco e outras coisas diferentes ou exóticas convivem ao lado de ruas recheadas
de cafés, hotéis de luxo e, acreditem, lojas de grife, tudo para turistas, evidentemente.
É possível encontrar hotéis a
partir de 20 dólares a diária. E comer na ilha também não fica tão caro quanto
nas grandes cidades brasileiras, em especial São Paulo. É possível fazer uma
refeição com 5 ou 6 dólares. Um bom prato com lagosta pode custar o equivalente
a 10 reais. Se comer spaghetti, consegue-se gastar ainda menos. Achou barato?
Tem outras coisas com preços inimagináveis.
As avenidas das embaixadas devem
ser visitadas. São um paraíso. Casas enormes e lindíssimas, em ruas
arborizadas, embelezam a parte nobre de Havana. Lembra o melhor da Europa. Há
bairros nobres. Havana Velha, localizada no centro, ao lado dos museus, reúne
casas não muito bonitas, e à noite pode ser um pouco perigoso circular por lá
sozinho.
Há bons museus, seja da Revolução
que derrubou o ditador Fulgêncio Batista e libertou Cuba das garras
estadunidenses (por isso o anti-imperialismo é tão forte lá), seja de arte
contemporânea.
E cinemas não faltam em Havana.
Não deixe de visitar o belo Cine Yara, frequentado por pessoas de idade. Em
Cuba os jovens preferem ver dvd em casa. Sim, dvds pirateados com filmes
estadunidenses.
É possível conhecer Havana caminhando
(de preferência de dia. À noite evite as ruas ermas). Uma alternativa é pegar o
tradicional ônibus turístico de dois andares, importado da China, e fazer um
passeio de 1 hora e meia pagando 5 CUCs, equivalentes a 5 dólares. É um ótimo
custo benefício.
A noite é algo diferente. É
possível encontrar tanto casas de danças típicas, como de rumba, como
danceterias onde se toca muita música americana atual e também dos anos 50, 60
e 70. Sim, a juventude de Cuba sofre muita influência cultural e de modismo
estadunidense. Os efeitos do imperialismo já são sentidos às claras em alguns
espaços de Cuba. Alguns produtos americanos estão disponíveis aos cubanos,
talvez por importação via México ou outro país.
É possível ver muitos jovens
vestindo-se com roupas com grifes estrangeiras, camisetas com símbolos
estadunidenses (como I love NY) e até motoristas de táxi estatais que carregam
pequenas bandeiras estadunidenses em seus veículos. Não estranhe se ver carros
dos anos 50 carregando adesivos da Apple ou de escritos em língua imperialista
(inglês).
A vida não é cara para os
turistas na ilha dos fãs do Che, ao contrário, mas para os cidadãos cubanos a
situação é um pouco diferente, face também ao cruel embargo estadunidense que
impede que muitas coisas cheguem diretamente àquele ponto maravilhoso do Caribe,
desde produtos essenciais à saúde, como aqueles de mero conforto. No entanto, é
possível encontrar produtos típicos estadunidenses e feitos in usa, importados
de outros países.
Entretanto, é fácil de se
encontrar produtos brasileiros, principalmente biscoitos e produtos de higiene
nas “tendas” (pequenos comércios). Ah, mas o que mais infesta Cuba são as
novelas brasileiras. Quase todos os cubanos as assistem e adoram. Impossível de
deixar de conversar com eles sobre elas, os atores e a Rede Globo.