sábado, 28 de julho de 2012

OS SETE CANTOS

Às vezes eu me pego pensando na hipótese do mundo ter 7 cantos. E que o ser humano, individualmente, e a própria humanidade caminham por cada um desses cantos e opta por permanecer em ou outro. Nisso se consistiria o que conhecemos por livre arbítrio, de viver como se quiser, pelo frágil caminho da vida na Terra.

Sim, eu sei que a Terra é redonda, mas o canto aqui não é no sentido geométrico ou literal, mas num sentido figurativo ou, como prefiro chamar, poético.

O primeiro canto seria o da paz, harmonia e aconchego, onde todos se sentiriam acolhidos, e bem. Seria o canto básico e inicial da vivência humana. Seria o canto verdadeiro da igualdade.

Em seguida viria o canto do amor, onde todos se respeitariam e se amariam, sem pretender serem superiores uns aos outros. Seria o local onde surgiriam as paixões pelas pessoas, pelas almas gêmeas e pelos ideais. É o que motivaria a vida num sentido mais próprio, onde o ser humano vivenciaria a fraternidade absoluta.

O terceiro canto seria o da felicidade, onde todos estariam num êxtase profundo de felicidade suprema, com sorrisos reais e não apenas figurados. Seria a vida ainda como reflexo do que alguns chamam de Paraíso, aquele perdido por Adão e Eva, o reflexo da liberdade.

No quarto canto, todas as pessoas levariam os seus segredos. Seria o lugar do sigilo, do segredo, mas que serviria para refletir e adquirir o conhecimento, inclusive o autoconhecimento. Mais que sigilo, seria o canto da reflexão, do pensar sobre si, sobre seus atos, o mundo e o universo, inclusive. Aqui não seria o local para pensar no outro ser humano de forma a criticá-lo negativamente. Ao contrário do que nos trariam as fofocas sobre terceiros, esse espaço serviria tão somente para o crescimento individual. Aqui o ser humano se preocuparia com as terapias, a filosofia, a religiosidade e o humanismo. É o canto que representa a necessidade da reflexão, como se estivéssemos reafirmando a necessidade de preservarmos o Paraíso.

O quinto canto seria o local em que a primazia seria a saúde. Corresponderia a um local onde todos os seres estariam saudáveis ou se reabilitando, preocupados com a saúde individual, coletiva e do próprio planeta. Seria o espaço da fraternidade. Caracterizar-se-ia como o recanto da sustentabilidade, ou seja, que primaria pelas substâncias necessárias à conservação da vida, como a nutrição, a alimentação e o sustento (Houaiss). A preocupação com o bem estar individual e coletivo, além da própria natureza, estariam caracterizadas neste canto. Corresponde faticamente ao canto em que a humanidade deveria se encontrar presente, hoje em dia, ao que o marketing denomina sustentabilidade.
O sexto canto seria o da ausência de todos os outros recantos, onde imperaria o individualismo, o consumismo desenfreado, o materialismo absoluto, a falsidade, a inveja, a ausência de preocupação com o outro, as doenças como pragas, a morte não natural e as guerras. Corresponderia a uma sucursal daquilo que chamamos de inferno. Grande parte da humanidade vivencia este canto por toda a sua vida. Basta ligar a tevê, o rádio e abrir as revistas e os jornais para constatarmos onde a humanidade, com suas almas doloridas, está presente.

O sétimo canto corresponderia ao elo de ligação desse nada absoluto, que é o sexto canto, aos demais. Seria o recanto silencioso, sem reflexão, mas de absorção de que não somos donos absolutos de nossas vidas e que nos submetemos à natureza ou outro nome que se queira dar a essa energia superior. Seria o difícil elo de ligação dos 5 cantos do Paraíso ao inferno, correspondendo à síntese do mundo e da própria vida, inclusive da dicotomia entre o bem e o mal apregoado pelas grandes religiões ocidentais.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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