Hoje não temos mais a política do pão e circo, certo? Errado. Temos essa política, sim, mas adaptada aos tempos modernos. O pão saciava a fome. Hoje, temos o consumismo, que sacia a fome de consumo. Circo? Adaptamos isso aos entretenimentos apresentados em revistas, tevês, internet...
O que temos hoje chama-se política do consumismo e entretenimento.
Revistas, jornais, tevês, rádios, provedoras de internet. São tantos os meios que nos induzem a ser consumistas e a querer saber sobre futilidades, que a essência da vida nós deixamos para trás, preenchendo esse vazio com depressão, ansiedade, frustração, remédios, terapias e ainda mais consumismo e mais futilidades... Amor? É palavra fora de moda. Amor não é valorizado. Quando muito, valoriza-se a paixão, que é algo totalmente diferente, uma espécie de consumo de uma figura imaginada que nos sacia.
É, a morte da humanidade não decorrerá do tempo por si só, mas de doenças criadas pelo próprio ser humano, como a depressão, a solidão, a ansiedade... Tudo isso, em grau intenso, abala o nosso físico e a nossa vontade de viver.
Se consumíssemos menos, talvez tivéssemos um mundo melhor não apenas ambientalmente falando, mas no sentido de bem-estar mental, inclusive.
Mas a nossa sociedade é movida pelo consumo, capitalismo, produção em larga escala. Uma doença mental. Uma neurose que contaminou a nossa sociedade e a cada um de nós, neuróticos não assumidos.
O motivo de escrever isso? Fico preocupado com o poder dos publicitários em manipular as pessoas, seja em propagandas ou em campanhas políticas, e o poder real dos grandes capitalistas, interessados apenas em ganhar com a produção do desnecessário. Parecemos verdadeiros cordeiros prestes a virar churrasco. Essa massificação, aliada à neurose, nos impede de refletir e recusar esse "modus vivendi", do pão e circo, ou melhor, do consumo e entretenimento.