Sabe o que acho estranho? Ninguém mais fala na miséria existente no país. O único assunto que vira e mexe repercute na mídia é o desemprego, devido à crise econômica do capital financeiro.
Parece que vivemos em uma época regida pela ficção, no caso a do capital. Os investimentos não são lucrativos e as pessoas por conseqüência perdem os empregos e passam a ter ainda menos dignidade.
E as crianças de rua? E os mendigos? E os portadores de doença mental que caminham sem rumo nos labirintos de nossas metrópoles? E os índios que perdem particularidades de suas culturas? O mercado financeiro nunca deu fim a esse drama humano, mas a sua crise comove a mídia mundial, em peso, enquanto as lágrimas humanas apenas servem para ilustrar livros de poesia e alguns filmes alternativos.
O mundo inverteu valores e o ser humano, aos poucos, perde a sua essência: a humanidade.