Ora, se o próprio amor nos traz a sensação de prazer e liberdade feliz, nada mais justo do que ser liberto, no sentido de não estar preso, mas espontaneamente próximo.
A religião também não poderia nos prender e pouco menos a dogmas. Pode ser verdade que a religiosidade liberta, mas não necessariamente as religiões. A sensação de proximidade com Deus não agrada a todas as religiões que, assim como o comércio, utiliza verdadeiros intermediários e vendedores de almas. Que me perdoem os religiosos de bem, mas a maioria das religiões que hoje se apresentam utiliza justamente isso, pessoas que possuem facilidade de comunicação e convencimento.
É intuitivo que a liberdade nos traga a paz, o amor e a felicidade, ou seja, o encontro com o Divino.
Mas o que é liberdade? É a irresponsabilidade, ausência de amor, de governo e de amigos? Não. Liberdade não pode ser isso. Tal situação caracterizaria o abandono e a prisão ao medo, o que não condiz com o senso de liberdade.
Liberdade, segundo entendo, é a conciliação entre o conhecer a si mesmo e saber o seu lugar no mundo. É a liberdade de ir e voltar ou de simplesmente estar. É o saber, o conhecer. É a insegurança parcial, não total, das aventuras de ir aonde conhecemos parcialmente. A ausência de conhecimento, dessa forma, não pode caracterizar-se como liberdade, mas como fuga.
O ser - e não estar - livre implica em condições prévias... Pense: um recém nascido é livre? É evidente que não. Ele necessita de outrem para ser criado até poder se movimentar e começar a conhecer o mundo em que vive e também a si mesmo. É o mínimo do conhecimento necessário para o mínimo de liberdade, ao menos de movimento.
Há outras liberdades, como as de escolhas, que também dependem de conhecimento prévio. Afinal, se não houvesse conhecimento não haveria escolha.
Liberdade é algo que nem todos têm e que a política falsamente diz que a democracia traz a todos. Democracia é importante, mas o conhecer, o saber, também o são, sob pena de a pretensa liberdade nada mais ser do que manipulação.
E a má educação nada mais representa do que a manipulação de toda a humanidade. Essa é a maior e mais perigosa forma de manipulação. A democracia no Brasil, portanto, é um verdadeiro engodo à maioria dos cidadãos.