Estamos em um país que tem um futuro econômico aparentemente próspero, mas que precisa de rearranjos, e que pode ter um futuro social para lá de perigoso.
Somos um país que visa incluir as pessoas apenas pelo aspecto econômico e esquece do importante papel da educação, que propicia, antes de tudo, a real sensação de ser um único grupo nacional.
Linchamentos, furtos de mercadorias ou valores de pessoas envolvias em acidentes, assassinatos, atropelamentos por alcoolismo, corrupção ativa e passiva, sonegação de impostos e tantas outras ações absurdas representam não apenas o descaso com a cidadania, com o outro, mas o querer se dar bem, custe o que custar... Aliás, esse programa CQC - Custe o Que Custar tem um nome que calha bem com esse texto. Esse individualismo representado pelo lema Custe o Que Custar (para se dar bem) é o maior sinal de que não há uma sensação de pertencer a um mesmo grupo nacional, um claro descaso com os outros, uma irresponsabilidade com o grupo e o local em que se vive, enfim.
Esse país precisa investir urgentemente na melhoria de condições de transporte e de lazer dos mais humildes, no respeito de todos pelas leis e pelas regras de convivência pacífica, numa campanha massiva de respeito pela cidadania e em uma imprensa livre e, acima de tudo, responsável. Sem isso, ficará difícil reverter o quadro que se desenha do nosso futuro social...
E não se trata apenas da luta dos pobres contra os ricos, não. Trata-se da luta de pequenos grupos ou indivíduos contra todos. É o querer se dar bem, pensando apenas em si, com alienação política, histórica e social. É o maior desarranjo organizacional de um Estado. E estamos rumando a isso...
Os Estados Unidos lutaram por muito tempo pela inclusão social, mas mesmo hoje enfrenta sérios problemas. E nós, o que fizemos e o que estamos fazendo? Então, façamos, antes que seja tarde demais e sejamos colhidos pelos oportunistas de plantão, que certamente lucrarão com o desfazimento da Nação e do Estado brasileiro.