A grande mídia não informa, mas na semana passada um comboio europeu entrou em Gaza com ajuda humanitária.
Leia abaixo a matéria da AGÊNCIA BRASIL DE FATO.
50 ativistas de Itália, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Polônia ingressaram em Gaza nesta quinta-feira
Baby Siqueira Abrão,
de Bil'in, Ramallah, Palestina ocupada
O CO.R.UM (Comboio Restiamo Umani), com 50 ativistas vindos de Itália, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Polônia conseguiu entrar em Gaza no dia 12 de maio, às 16h30. Nem mesmo as paradas em cinco postos de controle (checkpoints) do exército egípcio -- num dos quais, localizado no deserto do Sinai, eles ficaram por mais de duas horas -- desanimou o grupo. O comboio entrou em Gaza por Rafah, vindo do Cairo, no Egito.
O nome, "Restiamo Umani" [permaneçamos humanos], era o lema de Vittorio Arrigoni diante do massacre operado pelo exército israelense em Gaza, entre 2008-2009, drama que ele viveu na pele. Jornalista e ativista italiano, Vittorio foi sequestrado e morto em Gaza em 14 de abril de 2011, aos 36 anos. Ele, assim como o palestino-israelense Juliano Mer-Khamis, 52 -- cofundador do Teatro da Liberdade, de Jenin, assassinado em 4 de abril -- tornaram-se símbolos do ativismo de resistência na Palestina, ao lado da estadunidense Rachel Corrie, morta em 2003, aos 23 anos, quando um buldozzer israelense passou por cima de seu corpo, também em Gaza.
O Comboio Restiamo Umani ficará na costa palestina até 17 de maio. Os ativistas participarão das homenagens a Vittorio, no dia 14, e da celebração dos 63 anos da Nakba, no dia 15. Nakba (catástrofe) é o nome que a população da Palestina dá aos acontecimentos de 15 de maio de 1948, quando as gangues sionistas expulsaram quase um milhão de palestinos de suas casas, destruindo cerca de 600 cidades e aldeias e promovendo massacres (há 31 deles documentados), a fim de tomar o território árabe para a criação de Israel. A Nakba é lembrada todo ano na Palestina, e em 2011 contará com a presença de centenas de árabes egípcios, que estarão em Gaza especialmente para as celebrações.
